O
atual cenário econômico de crise tem proporcionado aumento na procura por
consultorias de serviços como redução de custos. Segundo especialistas ouvidos
pelo DCI, a busca por empresas com essa atividade cresceu de 30% a 50% este
ano.
Quem
comemora o aumento da demanda são empresas como Expense Reduction Analytics
(ERA), Recruiting Executives & Development (RED) e S&H Consultoria.
Segundo elas, a maioria dos clientes, quando estão com os negócios em momento
de bonança, acabam perdendo o feeling para verificar se estão sendo eficientes
ou se os gastos aumentaram por falta de atenção.
Na
S&H, a demanda cresceu 33% no primeiro semestre deste ano. A empresa tem a
perspectiva de terminar 2015 com crescimento acima de 40%. Na avaliação de
Adriano Stringher, sócio da consultoria especializada em gestão financeira, o
primeiro passo não é cortar funcionários diferentemente do que muitos pensam.
"Inicialmente
devemos identificar o que está indo bem na empresa e em paralelo interromper o
que não está dando certo", explicou ele. Stringher indica outras etapas
importantes, como replicar atividades que têm bons resultados, porém de forma
mais barata, além de atuar com a carteira de clientes com estratégias
específicas. "São algumas alternativas consideradas eficientes para obter
redução de gastos em uma empresa."
Depois
dessas etapas realizadas, aí então pode surgir a consequência de ter de
realizar algumas demissões, ressalta o sócio da S&H. Ele ainda lembra que
as empresas deveriam rever suas operações de forma detalhada de dois em dois
anos pelo menos.
O
máster franqueado da rede ERA, Fernando Macedo, também defende que o primeiro
passo para reduzir gastos não está no corte da folha de pagamento. "Nessa
época de crise é natural que as empresas atirem para o lado do funcionário, mas
somos contra", afirma. "Quando você contrata uma pessoa, você investe
em vários itens, entre eles o treinamento." Neste ano, a demanda da ERA
aumentou em 50%. A rede de franquia é especializada em redução de custo de
empresas dos mais diversos segmentos e portes.
Planejamento
Trabalhar
o presente, mas fazer projeções para o futuro é outro ponto de destaque na
opinião do máster franqueado da ERA. Para ele, no primeiro momento é bem
importante avaliar como está a operação da empresa. "Se você fizer uma
análise correta sobre a receita da empresa e projetar a receita e o
posicionamento dela daqui alguns meses ou anos terá uma visão privilegiada para
operar no mercado."
Macedo
diz que as organizações precisam pensar no que vai acontecer no mercado em que
atuam. "Tenho clientes que se preparam para a crise há dois anos",
explicou, ao defender que projetar a rentabilidade da empresa irá dar ao
empresário um parâmetro com várias informações. Com isso, a empresa começará a
economizar e melhorar a operação, indicou Macedo.
Setores
"Felizmente
os empresários e os gestores estão olhando com mais carinho para todos os itens
que permeiam a empresa. Mas é inegável dizer que a mira ainda é o corpo de
funcionários. Somos contra esse conceito", destacou o máster franqueado da
ERA. Ele lembra que o campeão de gastos da maioria das corporações são as áreas
de telecomunicações e tecnologias. O fato está relacionado ao dinamismo do
setor. "Os movimentos são muito rápidos. É importante estar atendo às mudanças
de pacotes de minutos, por exemplo".
O
sócio da S&H, Adriano Stringher, concorda com Macedo. "Olhar de forma
segmentada para as diversas áreas da empresa pode gerar ações assertivas na
hora de fazer uma redução de custos", comenta. Ambos os executivos acreditam
que ficar atento a pequenos detalhes na operação são ações que podem ajudar a
não onerar a empresa.
Neste
quesito também estão os benefícios aos funcionários, segundo a founder partner
da consultoria de recursos humanos RED, Daniela Lopes. "Em média, as
empresas pagam até dois meses de convênio médico e vale refeição para
ex-funcionários. Pagar benefícios a funcionários que foram demitidos
recentemente ainda é muito comum", ressalta.
Por
outro lado, Daniela comenta que os consultores da área de recursos humanos
estão mais atentos no que diz respeito à gestão interna dos clientes. Para ela,
a má gestão de atividades também prejudica a organização. "Horas extras
por falta de uma gestão eficiente e faltas não justificadas podem gerar uma
falsa necessidade de aumentar o quadro de funcionários", explicou a
especialista no segmento.
Sem
abrir valores de faturamento, a Recruiting Executives também garante ter
registrado aumento na demanda por serviços de redução de custo e comemora o
período aquecido.
Fonte:
DCI – SP
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