Uma
pesquisa divulgada pela Serasa Experian no início de março deste ano ressuscitou
um fantasma que há anos estava sonolento: a inadimplência. De acordo com o
órgão, no primeiro trimestre de 2015, o número de consumidores inadimplentes no
país cresceu 16%. Na comparação com o mesmo período de 2014, o crescimento foi
de 13,4%.
Resultado
do aumento do desemprego e das altas taxas de juros que são aplicadas num
momento de estagnação da economia.
Para
os escritórios contábeis, também é o momento de acender a luz amarela. A
questão é: como lidar com a inadimplência dos honorários contábeis?
Deixar de prestar o
serviço por conta da inadimplência?
A
resposta a esta pergunta é não, não é correto que o contador deixe de prestar
seus serviços devido ao não pagamento dos honorários. Obviamente, também não é
correto o empresário contratar um contador e não pagar honorários.
Existem
meios jurídicos para a cobrança, embora o melhor caminho seja uma conciliação
entre o escritório e a empresa devedora. Rescindir o contrato pode ser a única
saída nos casos em que a empresa contratante dos serviços realmente não puder
mais pagar.
Como evitar – ou diminuir
– a inadimplência?
O
melhor caminho a ser seguido pelos escritórios de contabilidade, assim como os
demais segmentos do mercado, é encontrar mecanismos de concessão de crédito que
previnam a inadimplência, ou que ao menos os deixem menos vulneráveis. O mais
habitual é a cobrança por meio de boletos bancários, pois quando ocorrer o não
quitamento, o banco se encarrega de encaminhar para protesto, algo que
realmente é desagradável para os empresários.
Menos
habitual, mas também recomendável, é o pagamento antecipado por meio de cartão
de crédito. As partes podem fazer um contrato anual e o valor parcelado numa
transação de cartão de crédito em 12 vezes. Assim, o escritório contábil
transfere para a operadora de crédito a responsabilidade do repasse dos
valores, garantindo assim o recebimento de seus honorários em dia.
Nos
dois casos – boleto e cartão de crédito – o alto índice de adimplência compensa
as taxas cobradas pelos bancos e operadoras financeiras. Devidamente planejado,
os valores das taxas podem ser embutidos no valor do honorário, não
comprometendo assim o faturamento.
Uma boa estratégia de
cobrança faz toda a diferença
A
inadimplência é, em suma, o não cumprimento em dia dos acordos de pagamentos –
quando não há perspectiva de recebimento, chamamos de perdas. Assim, o controle
da inadimplência deve ser constante e trabalhar sempre com a prevenção. E
prevenir não pagamento significa ter estratégias de concessão de crédito que
resguardem o empresário, mas também uma estratégia de cobrança eficaz, que
diminua o tempo dos atrasos e promova negociações para ajudar os clientes a
regularizar sua situação.
Em
resumo, é preciso criar uma política de cobrança e deixá-la clara ao cliente. É
possível estipular um prazo máximo de atraso antes que sejam feitos contatos de
cobrança via telefone e e-mail – três ou sete dias, por exemplo. Depois disso,
fazer a cobrança deve ser uma atividade obrigatória para os profissionais
responsável por esta área.
Não deixe de cobrar juros
A
cobrança de juros também é importante para inibir a inadimplência. Sem ela, o
empresário devedor irá priorizar outros fornecedores – que cobram juros – e
deixar seu escritório contábil para depois.
O
contrato de prestação de serviços contábeis deve ter uma cláusula que prevê o
cancelamento automático da prestação de serviços em caso de atraso de um
determinado número de mensalidades – independente de aviso prévio. Afinal, é
melhor perder um cliente que não é bom pagador do que continuar prestando o
serviço sem receber.
Fonte:
PQC Qualidade Contábil
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