Postagens
em redes sociais mostrando o dia a dia das pessoas podem render aos internautas
muito mais do que algumas curtidas e comentários. A exibição na web pode ganhar
também a atenção da Receita Federal.
Isso
porque o Fisco está de olho em páginas como Facebook, Instagram, Youtube, além
de outras redes, para analisar se contribuintes estão escondendo informações do
órgão.
Nos
últimos anos, a internet se tornou uma aliada dos auditores da Receita, que em
alguns casos vasculham os perfis dos brasileiros para confrontar se a rotina da
pessoa bate com o que ela apresenta na declaração do Imposto de Renda (IR).
O
delegado adjunto da Receita Federal no Espírito Santo, Ivon Pontes Schayder,
explica que não se trata de uma violação de privacidade, mas de lançar mão de
uma ferramenta que oferece muitas pistas e informações.
Não
é uma questão de intimidade, mas uma questão de avaliação patrimonial e de
disponibilidade financeira. Existem situações de pessoas que colocam fotos de
muitas viagens, carros de luxo e outros bens que indicam que ela tem um
patrimônio elevado. Mas quando olhamos a declaração dela, percebemos que existe
uma divergência entre o salário informado e a vida social que tem.
Quando
isso acontece, o delegado esclarece que o contribuinte é chamado pela Receita
para prestar esclarecimentos. Se as justificativas apresentadas forem
consistentes e sejam provadas, a pessoa é liberada. Mas se não houver elementos
que atestem o motivo para a discrepância de informações, o contribuinte poderá
ser autuado e cobrado.
E,
dependendo da inconsistência, existe a possibilidade de identificação ainda de
fraude, dolo ou simulação, que poderão ser representados ao Ministério Público,
levanto até mesmo a pessoa a pegar de dois a cinco anos de reclusão, explica.
Cruzamento
E
não é apenas com as redes sociais que a Receita consegue localizar
contribuintes que tentam enganar a instituição. O avanço da tecnologia e os
investimentos em programas e sistemas operacionais estão permitindo que o
cruzamento de dados seja mais eficaz.
A
gama de declarações que a Receita recebe como Dirf, Doi, Dimob, Dimof, Decred,
Dmed reforçam o trabalho dos auditores. O delegado Schayder comenta que elas
trazem informações ligadas a rendimentos retidos na fonte, operações
imobiliárias e financeiras, serviços médicos, entre outras.
Para
o doutor em Contabilidade e professor da Fucape, Valcemiro Nossa, é como se o
contribuinte vivesse em um Big Brother da Receita. Tá todo mundo vigiando de
todos os lados. Essa é uma situação interessante porque mostra como a Receita
vem se desenvolvendo e como o Brasil está à frente de outros países. Mas o que
nos choca é que, apesar da intenção do Fisco ser justa, não vemos esse dinheiro
retornar em benefícios para a população.
Fonte:
Notícias Empresariais
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