Dezenas
de notas fiscais circulam diariamente entre transações de comércio, indústria e
prestação de serviços no Brasil. E embora sejam manuseadas por contribuintes e
usuários, muitas informações contidas em documentos fiscais passam
despercebidas, ou por desconhecimento ou por não receberem uma correta
classificação.
Toda
mercadoria, importada ou comprada no Brasil, deve ter um código NCM
(Nomenclatura Comum do Mercosul), que é lançado na nota fiscal ou está presente
em livros legais e outros documentos. Esses códigos têm como base o método
internacional de classificação, o SH (Sistema Harmonizado de Designação e Codificação
de Mercadorias), objetivando que os itens sejam classificados de acordo com
regulamentos do Mercosul.
Mas
o que significa NCM e qual sua importância? É isso que vamos descobrir no post
de hoje. Preparado? Vamos lá!
O que é NCM
A
NCM é adotada pelos países membros do Mercosul desde janeiro de 1995. O código
é composto por 8 dígitos, sendo que os seis primeiros representam a
classificação SH e os outros dois últimos dígitos são parte das especificações
do próprio Mercosul. A sistemática de classificação segue a seguinte estrutura:
00
00 .00 .00
- 2 primeiros dígitos do SH – Capítulo: características de cada produto.
- 4 primeiros dígitos do SH – Posição: desdobramento da característica de uma mercadoria identificada no Capítulo.
- 6 primeiros dígitos do SH – Subposição: desdobramento da característica de uma mercadoria identificada no Capítulo.
- 7º dígito da NCM – Item: classificação do produto.
- 8º dígito da NCM – Subitem: classificação e descrição mais completa de uma mercadoria.
Como
exemplo citado pela Antaq, uma pesquisa pelo código NCM 3102.50.11 permite
determinar que se trata de:
- Capítulo 31: Adubos ou fertilizantes.
- Posição 3102: Adubos ou fertilizantes minerais ou químicos nitrogenados.
- Subposição 3102.50: Nitrato de sódio.
- Item 3102.50.1: Natural.
- Subitem 3102.50.11: Com teor de nitrogênio não superior a 16,3%, em peso.
Importância da
Nomenclatura Comum do Mercosul
Quando
a classificação das mercadorias na NCM é feita erroneamente, muitas implicações
podem surgir em decorrência de equívocos na identificação, e um deles está
relacionado às alíquotas de tributos incidentes na comercialização e circulação
desses produtos, que pode incluir IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados), II (Imposto de Importação) e Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS). Em alguns casos, a mercadoria pode ficar retida
na alfândega ou até mesmo ser devolvida ao país de origem.
Além
de todas as implicações em uma classificação fiscal indevida, contribuintes e
usuários podem ser prejudicados, já que é com base numa correta identificação
da NCM que o Fisco estadual concede não só benefícios fiscais ou a aplicação da
substituição tributária, como também reduções ou isenções.
Muitas
empresas acabam classificando tendenciosamente suas mercadorias para “fugir” do
regime de substituição tributária ou mesmo para ter uma Margem de Valor
Agregado menor. Nesses casos, a multa pode chegar a 1% sobre o seu valor.
Para
o Governo, a NCM representa um avanço na fiscalização e uma forma de estabelecer
políticas de defesa comercial (nos casos de importação e exportação, como
valoração aduaneira, valores das mercadorias importadas) e determinar a
incidência de impostos envolvidos em cada item da nota fiscal, os impostos
devidos e valores de acordo com o mercado nacional. Para o contribuinte,
significa segurança fiscal e operacional, focando na qualidade e validação das
informações perante os órgãos fiscalizadores.
Fonte:
Blog Sage
Nenhum comentário:
Postar um comentário