Para
garantir que tudo esteja bem na empresa e manter as finanças sob controle, é
fundamental ter cuidados com os aspectos tributários. A carga tributária no
Brasil é uma das mais altas do mundo e ainda constitui uma importante obrigação
a ser cumprida pelas empresas.
Para
evitar problemas nesse sentido, é aconselhável fazer o planejamento tributário.
Ele é uma ferramenta bastante eficaz no combate à sonegação fiscal e ao
pagamento exagerado de tributos.
Quer
saber como realizar esse planejamento com eficácia em sua empresa? Continue a
leitura e confira!
Entenda o que é
planejamento tributário
O
planejamento tributário consiste em um conjunto de normas legais (de natureza
administrativa ou judicial) que contribuem para reduzir o pagamento de
tributos. É um direito de toda organização procurar meios lícitos de pagar
menos impostos, taxas e contribuições, estruturando melhor o negócio e
direcionando mais capital de giro para melhorias na própria empresa.
Para
efetuar um planejamento tributário eficiente, é fundamental conhecer bem cada
tributo que é pago e as operações a ele relacionadas, bem como fazer constantes
diagnósticos corporativos que ajudarão a determinar valores relativos a
faturamento, lucros, despesas e custos.
Veja a diferença entre
elisão fiscal e evasão fiscal
Elisão
fiscal é a possibilidade legal de pagar menos tributos, fundamentando-se em
tudo o que diz a legislação (ou naquilo que ela não define como ilegalidade —
tudo que não for proibido pela lei pode ser praticado).
Entre
as práticas lícitas para pagar menos tributos, estão a recuperação de créditos
tributários e a divisão de uma única empresa em duas, com a finalidade de pagar
menos tributos por meio de dois regimes tributários diferentes (por exemplo,
uma empresa somente para prestar serviços e outra somente para comercializar).
Evasão
fiscal, por outro lado, é o pagamento de menos tributos usando meios ilícitos,
condenados pela legislação. É o que se chama de sonegação fiscal, que pode
comprometer a competitividade e a própria existência da empresa.
As
formas mais conhecidas de evasão fiscal são:
- fraude;
- conluio (trama, algo ilícito combinado entre algumas pessoas);
- omissão de informação;
- não emissão de obrigações e documentos;
- falsificação e alteração na documentação.
Saiba mais sobre os
tributos que você tem pela frente
Para
efetivar um planejamento tributário eficiente, é necessário seguir algumas
etapas, sendo que a primeira delas é conhecer bem os tributos que devem ser
pagos. São eles:
- Programa de Integração Social (PIS), cuja alíquota varia entre 0,65% e 1,65%, variando conforme o regime tributário e a mercadoria comercializada;
- Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS), cuja alíquota varia entre 3% e 7,6%, dependendo do regime tributário e da mercadoria comercializada;
- Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), cuja alíquota é de 15%;
- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), cuja alíquota é de 9%;
- Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS patronal), cuja alíquota é de 20% para as empresas que não são optantes do Simples Nacional;
- Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), cuja alíquota varia entre 0% a 300% (esse tributo incide quando a mercadoria sai da indústria);
- Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cuja alíquota varia de acordo com o Estado em que a empresa está situada e/ou realiza negócios (as alíquotas interestaduais mais comuns são 7%, 12%, 18% e 35% para mercadorias nacionais e 4% para alguns produtos importados);
- Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), cuja alíquota depende do município, variando entre 2% e 5%.
Descubra como efetuar um
bom planejamento tributário
Neste
tópico, vamos mostrar como efetuar um bom planejamento tributário. Vamos lá?
Escolha o melhor regime
tributário
Anualmente,
o gestor tem o direito de escolher um regime tributário para sua empresa e essa
escolha pode ajudar ou atrapalhar as finanças do negócio. São regimes
tributários: Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional.
O
Lucro Real é um regime em que todas as receitas da empresa são consideradas,
havendo também a possibilidade de deduzir despesas. Trata-se de apurar o lucro
líquido do negócio. É um regime recomendado principalmente para as empresas que
apresentam prejuízo, com gastos muito altos, e obrigatório para grandes
empresas. Regime não cumulativo permite a recuperação de créditos tributários.
O
Lucro Presumido é um regime mais simplificado quando comparado ao Lucro Real. A
apuração do IRPJ e da CSLL é trimestral. O limite de receita bruta total para
optar por esse regime é de até R$ 78 milhões em relação ao ano-calendário anterior.
Regime cumulativo não permite recuperar créditos tributários.
O
Simples Nacional é um regime facultativo, que pode ser adotado por empresas de
pequeno porte (EPP) e microempresas (ME). Para adotar esse regime, a empresa
precisa respeitar certos limites de faturamento:
- ME: máximo de R$ 360 mil ao ano;
- EPP: máximo de R$ 4,8 milhões ao ano.
Com
o auxílio de uma guia única de recolhimento (DAS), a empresa recolhe seus
tributos federais (IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, IPI, CPP). Em alguns casos, a
partir de 2018, o ICMS e o ISSQN passaram a ser recolhidos separadamente. Há
redução de encargos trabalhistas, pois a empresa fica dispensada de pagar os
20% do INSS patronal sobre a folha de pagamento. O regime não permite a
recuperação de créditos tributários. Algumas atividades são vedadas de optar
pelo Simples Nacional.
Tenha foco e organização
A
contabilidade fiscal bem organizada é essencial para quem deseja manter a
empresa em ordem. As boas práticas devem ser mantidas e as obrigações, como
DARF, DAS, DAE, DARJ, GNRE e outras, devem ser pagas pontualmente.
A
tecnologia desenvolve um relacionamento mais transparente com a Receita
Federal, estadual e municipal, especialmente por meio do envio de informações
via SPED. Contadores qualificados (próprios ou terceirizados) são fundamentais
para a organização contábil e fiscal do negócio.
Diminua o valor de
tributos
Tome
iniciativas que contribuam para reduzir o percentual de tributação cobrada. O
enquadramento no Simples Nacional pode ajudar muitas empresas a pagarem menos
tributos. Por outro lado, boa parte das empresas prestadoras de serviço
(incluindo as menores) conseguem pagar menos tributos adotando o Lucro
Presumido. É imprescindível fazer um estudo para definir o planejamento
tributário da empresa.
Não antecipe o pagamento
de tributos
Por
causa da inflação, todas as vezes em que o pagamento tributário é adiado sem a
incidência de multa, há um ganho real maior sobre o capital, já que a empresa
pode aplicá-lo por um período maior, antes do vencimento. Mas nunca deixe para
pagar depois do vencimento!
Para
saber quando pagar sem sofrer prejuízos, o planejamento tributário é de
fundamental importância, pesando as vantagens e os riscos.
Conheça bem sua empresa
É
preciso conhecer bem seu próprio negócio, avaliando questões como:
- os produtos e serviços oferecidos;
- a expectativa de faturamento;
- o valor da folha de pagamento;
- a margem de lucro;
- as despesas e os custos.
Saber
quais os planos da empresa para médio e longo prazo favorece a melhor tomada de
decisões, principalmente em relação à escolha do melhor regime tributário e às
diferentes formas de lidar com a carga tributária ao longo do tempo.
Fonte:
Blog Contabilrio
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