O
aumento de demanda por serviços de contabilidade deve ir além da segunda etapa
de implementação do eSocial. A projeção é que a maior fiscalização e os
desdobramentos fiscais levem as empresas à buscar profissionalização e até a
terceirização do serviço.
“O
eSocial vai perdurar, portanto as obrigações vão continuar em um formato
diferente e com alto grau de exigência. Isso vai exigir profissionalização”,
diz o sócio diretor ROIT Consultoria e Contabilidade, Lucas Ribeiro.
Segundo
ele, além do trabalho técnico e a adaptação do sistema, muitas empresas
precisam passar por um serviço de consultoria constante para corrigir as
irregularidades. “O eSocial permite que a receita faça cruzamento de dados e
identifique sonegação, salário por fora e outros desdobramentos fiscais. Isso
exigirá um maior acompanhamento.”
De
acordo com ele, hoje a empresa possui 92 funcionários em Curitiba, seis em
Brasília e até o final do ano haverão 40 novos trabalhadores. “Só com os
serviços do eSocial vamos faturar entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões a mais”,
afirma.
Na
opinião de Ribeiro, as exigências do eSocial trazem oportunidades para os
escritórios de contabilidade.
De
modo similar pensa o representante do Conselho Federal de Contabilidade no
Comitê Gestor do eSocial, Paulo Roberto. “As empresas buscarão os escritórios
de contabilidade que estiverem melhor preparados para o novo modelo de
trabalho”, acrescenta
Segundo
ele, ainda este ano, grande parte das empresas incluídas na obrigatoriedade do
eSocial [cerca de quatro milhões] é atendida por escritórios de contabilidade,
que somam cerca de 80 mil no Brasil. “Mesmo no caso do eSocial domésticas, já
se encontra boa procura pelos serviços.”
Para
conseguir captar a demanda, ele acredita que seja necessário reciclar e buscar
novos recursos para os escritórios de contabilidade como conhecimento e a
aptidão dos colaboradores para trabalhar com as novas tecnologias trazidas pelo
eSocial.
Por
isso, na ROIT, foram feitos investimentos de R$ 200 mil em sistemas, além de
aportes em treinamento.
Na
Domingues e Pinho Contadores, que também investiu em tecnologia, se espera alta
de 30% a 40% nos honorários dos novos contratos que passarão a contar com os
serviços do eSocial. Além disso, é esperado alta de até 40% nos contratos
antigos que precisarão do serviço avulso. “Tínhamos 30 empresas no primeiro
momento e agora entre 270 e 300 fazendo a adaptação”, diz o advogado e
consultor trabalhista da empresa, Leonardo Bezerra.
Na
percepção dele, após a primeira fase da implementação em companhias de grande
porte, muitas empresas do segundo grupo [com faturamento menor que R$ 78
milhões] se movimentaram, “mas ainda há uma parte que acredita que haverá
postergação”, conta.
No
segmento de condomínios, a gerente de produtos da Lello Condomínios, Angélica
Arbex, diz que este cenário preocupa. “Na área de captação de prédios
perguntamos sobre o assunto e 40% a 50% ainda não estão 100% integrados no
tema”, explica Angelica.
Quem
concorda é a Soluti, empresa especializada em certificação digital. “Calculamos
que 80% das empresas que precisam de certificado digital não possuem”, diz o
gerente de produtos da Soluti, Lucas Vieira. Mesmo assim, a projeção é de alta
de 200% no faturamento da empresa. “As grandes já usavam e na primeira fase
quase não sentimos tanto, mas agora com os Microempreendedores Individuais
(MEI) aumentará muito a busca por certificado e até de assinaturas digitais”,
diz.
Fonte:
DCI – SP
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