Em
períodos de crise, os cortes de custos às vezes são inevitáveis, O que não dá
para deixar de lado, porém, são aspectos essenciais para o bom funcionamento de
um negócio. O treinamento dos funcionários é um deles.
“Apesar
de ser importante para desenvolvimento de qualquer empresa, esse ponto nem
sempre é tratado como prioridade”, afirma Cláudio Nasajon, fundador da Nasajon
Sistemas e especialista em estratégia e inovação.
Uma
pesquisa realizada pela publicação T&D Inteligência Corporativa revelou que
os investimentos em treinamento no Brasil equivalem a 0,83% do faturamento das
empresas ante 1,1% nos Estados Unidos.
Existem
empresas especializadas em fazer a capacitação de equipes, mas Nasajon acredita
que o ideal é que tudo seja feito internamente. E não é necessário gastar
muito. Conheça seis maneiras de treinar funcionários de diversos níveis
hierárquicos sem ter que colocar a mão no bolso ou com um orçamento apertado.
1. Dividir conhecimento
Escolher
um funcionário –que possui conhecimentos específicos sobre um tema importante
para a empresa – para dar uma palestra para os demais pode ser uma forma
eficiente de treinar uma equipe. Outra opção é criar grupos de estudos com
funcionários de diversos setores para se aprofundar em determinados
assuntos.
É
o que faz a Nasajon Sistemas, que vende softwares para pequenas e médias
empresas. A cada três meses, os gestores são incentivados a ler um livro sobre
um tema pertinente para o negócio. Depois da leitura, eles fazem uma
apresentação sobre a obra ressaltando os pontos que podem ser aplicados no
cotidiano dos funcionários. Para incentivar, são distribuídos pequenos prêmios
para as melhores apresentações.
“É
uma forma eficaz de todos se manterem atualizados sem que tenham que ler
dezenas de livros por mês”, afirma Cláudio Nasajon, presidente e fundador da
empresa.
2. Incentivar mentores
Outra
forma de capacitar os funcionários é criar um programa de mentoria, em que os
mais experientes ou capacitados da empresa ajudam os demais a se desenvolverem
dentro das funções. Na DNA Natural, que comercializa lanches, sucos e outros
alimentos saudáveis, essas pessoas são chamadas de multiplicadores. “São
funcionários que se destacaram e, além de suas funções habituais, ajudam os
demais a seguirem os procedimentos dentro das lojas franqueadas”, afirma Andréa
Medina.
A
DNA Natural tem 75 franquias espalhadas por todas as regiões do Brasil, por
isso é um grande desafio manter a mesmo padrão em todas os pontos. “Os multiplicadores ajudam a manter a equipe
motivada, ao mesmo tempo promovem uma reciclagem constante dos funcionários”,
diz Andréa. “Além disso, ter uma pessoa atenta aos processos ajuda a reduzir os
custos durante a operação.”
3. Mudar as funções
Organizar
uma mudança de funções entre os funcionários é uma forma de capacitar sem
gastar. Essa técnica, conhecida pelo termo em inglês job rotation, é bastante
utilizada em programas de trainees. A ideia por trás desse rodízio é incentivar
os funcionários a aprender tarefas diferentes e desenvolver novas habilidades.
Uma
das empresas que realizam essa prática é a americana Dell, fabricante de
computadores. Os funcionários se inscrevem no programa e ao serem selecionados
são enviados para trabalhar num setor diferente durante sete meses. O salário e
a carga horária são mantidos. Durante o período, eles conseguem ter uma visão
mais ampla do negócio.
Outra
empresa que emprega a rotação de funções é o McDonalds. Os funcionários das
lanchonetes não ficam apenas numa tarefa, mas devem dominar diversas
atividades: desde a limpeza dos banheiros até o atendimento dos clientes nos
caixas.
4. Visitar outras empresas
Compartilhar
informações e organizar visitas as empresas que atuam num segmento similar pode
ser uma boa forma de capacitar uma equipe. Foi o que percebeu Adriana Auriemo,
diretora da Nutty Bavarian, rede de franquias que vende doces à base de
amêndoas. Ela sempre conversava sobre negócios com colegas que também
administravam franquias.
“Adquiria
muito conhecimento durante essas conversas e tive a ideia de levar parte da
minha equipe para conhecer os processos dessas outras empresas”.
As
visitas mais recentes foram na Mr. Beer, rede que vende cervejas artesanais, e
nas Óticas Carol. “Além de realizar networking, aprendemos muito sobre como
cadastrar e renovar os contratos com os franqueados”, afirma Adriana.
5. Criar cartilhas e
cartazes
Uma
das formas mais comuns de treinamento é por meio de cartilhas e cartazes.
Apesar de ser uma medida simples, ela é bastante efetiva para treinamentos
simples. Foi o que comprovou Rodrigo Cascelli, gerente de marketing da rede de
lanchonete Big X-Picanha. Alguns meses atrás, quando os problemas de falta de
água começaram em São Paulo, Castelli sentiu a necessidade de treinar os
funcionários das 50 lojas a respeito das medidas que deveriam ser adotadas.
A
empresa optou por criar uma campanha com cartazes e adesivos para alertar sobre
novos processos, como remover o excesso de comida antes de lavar os
pratos. Os cartazes foram colocados nas
cozinhas e nas áreas dos funcionários. “Conseguimos economizar entre 8% e 12%
por mês”, afirma Castelli.
6. Procurar cursos online
e palestras gratuitas
Muitas
empresas investem em atividades educacionais para complementar a formação de
seus funcionários, mas pequenos e médios negócios nem sempre tem orçamento para
isso.
Uma
solução pode estar nos cursos online. Existem opções gratuitas e que têm
bastante qualidade, como os disponibilizados pela Fundação Getúlio Vargas
(FGV). Existem também algumas opções baratas: o site de educação à distância
Veduca, por exemplo, tem cursos de MBA de grandes universidades e que custam em
média dez vezes menos.
Além
disso, existem diversos seminários e palestras online que podem ajudar a
complementar o treinamento dos funcionários.
Fonte:
Diário do Comércio – SP
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