Em
tempos de crise e impasse econômico, a saída é não estacionar. Pelo contrário.
"O momento é de mudança, de rever parâmetros e culturas dentro das
empresas", resumiu Masao Ukon, sócio do Boston Consulting Group (BCG), no
evento Competitividade 2015, promovido pela Amcham Porto Alegre no Instituto
Ling, em Porto Alegre.
Aod
Cunha, sócio do BTG Pactual, ressaltou, contudo, que pensar e agir "fora
da caixa" neste momento, apesar de necessário, também pode ser arriscado
se o País não recuperar uma mínima credibilidade na política econômica em curto
prazo. "Mas não é o que está se esperando, está se esperando exatamente
que o Brasil consiga se recuperar." O debate sobre como criar valor no
contexto atual foi moderado pelo presidente do Conselho de Lojas Renner,
Osvaldo Schirmer.
A
produtividade brasileira nunca foi tão questionada e requerida. O atual cenário
econômico evidencia grandes lacunas de produtividade nos mais diversos setores
e indústrias, fazendo com que o momento seja de reorganização e inovação. As
empresas brasileiras sabem que diversos fatores contribuem para o agravamento
da questão da produtividade, como falta de mão de obra, infraestrutura
deficiente, burocracia e outros. Entretanto, o contexto macroeconômico
brasileiro apresenta oportunidades e caminhos viáveis para uma completa
transformação. Masao Ukon, do BCG, detalhou as alavancas de eficiência que
podem moldar, posicionar e consolidar a produtividade brasileira em outro
patamar.
Assuntos
como eficiência comercial e eficiência de capital foram abordados como soluções
para que a transformação e a busca por produtividade seja não apenas prática e
possível, mas efetivamente implementada nas empresas, nos negócios, e,
consequentemente, refletida no País. "O lado mais positivo da crise, se é
que é possível falar assim, é que ela propicia um cenário positivo para a
mudança", afirmou. "É preciso ser mais simples e mais eficiente. É
preciso questionar o que pode ser feito diferente e implementar, de fato, estas
mudanças, questionando regras e crenças antigas, muitas vezes enraizadas na
cultura da empresa."
Aod
Cunha comentou sobre o cenário macroeconômico internacional e nacional, os
desafios e oportunidades deste panorama e como se posicionar no atual momento
de ajuste fiscal. "O esforço que está sendo liderado pelo ministro Joaquim
Levy não é fácil. E quem pode tomar uma atitude mais sofisticada, 'fora da
caixa', também corre riscos se o País não conseguir recuperar um mínimo de
credibilidade na política econômica em curto prazo. Não é o que se espera, mas
pode acontecer", analisou. "É preciso enfrentar um ajuste fiscal
mínimo que dê a capacidade de o País manter sua nota de crédito como investidor
e o governo conseguir voltar a contar uma história de crescimento o mais rápido
possível, sobretudo em relação à infraestrutura."
Fonte:
Jornal do Comércio – RS
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