A
presidente Dilma Rousseff sancionou nesta quarta-feira (17) as novas regras
para o trabalhador demitido sem justa causa ter acesso ao seguro-desemprego,
parte do pacote de ajuste fiscal elaborado por sua equipe econômica.
A
proposta que endurece essas regras foi feita por meio de medida provisória, que
foi aprovada, com alterações, pelo Congresso.
A
lei sancionada nesta quarta é uma versão mais branda do que a original.
A
presidente fez dois vetos à medida. Cedendo a pressões de sua própria base no
Senado, ela recuou do ponto que estabelecia uma carência maior – de três meses –
para o trabalhador ter direito ao abono salarial.
Ao
vetar esse artigo, volta a regra que dá ao trabalhador o direito ao benefício –
pagamento, proporcional ao tempo trabalhado, de até um salário mínimo para quem
recebe até dois salários mínimos –, após um mês de trabalho.
“A
adoção do veto decorre de acordo realizado durante a tramitação da medida no
Senado Federal, o que deixará a questão para ser analisada pelo Fórum de
Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social”,
justifica a presidente, em mensagem no Diário Oficial da União.
O
outro veto foi relativo às regras para seguro-desemprego do trabalhador rural.
O texto aprovado pelo Congresso definia uma carência de seis meses para essa
categoria ter acesso, tempo menor do que o exigido para o trabalhador urbano.
“A
medida resultaria em critérios diferenciados, inclusive mais restritivos, para
a percepção do benefício do seguro-desemprego pelo trabalhador rural,
resultando em quebra da isonomia em relação ao trabalhador urbano.
Além
disso, a proposta não traz parâmetros acerca dos valores e do número de
parcelas a serem pagas, o que inviabilizaria sua execução”, justificou a
presidente.
Segundo
o Ministério do Trabalho, o governo espera uma redução de R$ 6,4 bilhões nos
gastos com o pagamento dos benefícios.
Em
2014, foram 8,5 milhões de trabalhadores que pediram o seguro-desemprego. Com
as novas regras, a expectativa é que esse número caia em 1,6 milhão de
trabalhadores. Espera-se que os gastos com o benefício alcancem R$ 26,8 bilhões
neste ano.
“As
mudanças têm como objetivo principal preservar o Fundo de Amparo ao Trabalhador
(FAT), que paga os benefícios, e não prejudicar aqueles que eventualmente
buscam os recursos quando da dispensa sem justa causa”, afirmou o ministro do
Trabalho, Manoel Dias.
Exigências para o
seguro-desemprego
A
partir de agora, as regras para se ter acesso ao seguro-desemprego são as
seguintes: tem direito ao benefício pela primeira vez quem trabalhou
ininterruptamente nos últimos 12 meses; para um segundo pedido, é preciso ter
trabalhado por 9 meses; para um terceiro pedido, por 6 meses.
Antes
da medida provisória, essa carência de 6 meses era aplicada para todos os
pedidos. A proposta original da presidente era de expandir essa exigência para
18 meses para o primeiro pedido.
O
governo conta ainda com ajustes na concessão de outros benefícios – pensão por
morte, seguro-defeso e auxílio-doença – e aumentos de impostos para reduzir
gastos e tentar enquadrar as contas do governo federal na meta estabelecida
para o ano, de poupar R$ 55,3 bilhões.
Fonte:
Folha de S. Paulo
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