Os
Indicadores de Ciclo da Economia Brasileira, divulgados ontem pelo Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e pelo Conference
Board, indicam que o Brasil não está no caminho de uma recessão, mas continua
com um nível de atividade baixo. "Não estamos entrando em recessão, mas
também não estamos entrando numa fase de crescimento vigoroso e
sustentável", avalia o economista Paulo Picchetti, do Ibre/FGV.
Segundo
ele, apesar de o Indicador Antecedente Composto da Economia (Iace) - que
pretende antecipar o cenário no curto prazo - ter apresentado queda de 1,1% em
janeiro de 2014 ante dezembro de 2013, a análise semestral, comparando janeiro
com julho do ano passado, mostrou alta de 0,30%, o primeiro resultado positivo
em nove meses, nesta base de comparação.
"O
fato de a variação semestral ter ficado negativa por tanto tempo fez o mercado
questionar se o País não estaria próximo de uma recessão, até porque tivemos
queda (de 0,50%) do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de
2013", afirmou. "Esse dado positivo agora reforça a percepção de que
não é assim", disse, acrescentando que a variação semestral do Iace já
vinha melhorando nos últimos meses, apesar de ainda estar negativa - em
dezembro ante junho ficou em 0,70% e, em novembro ante maio, em -1,5%.
De
acordo com Picchetti, o Indicador Coincidente Composto da Economia (ICCE), que
mede as condições atuais e subiu 0,4% em janeiro, corrobora a avaliação de que,
embora não haja risco iminente de recessão, a atividade está crescendo em ritmo
fraco. "A variação dos meses anteriores também era próxima de zero,
sinalizando que o País está num ciclo de crescimento baixo, que se aproxima da
estabilidade", explicou.
Picchetti
chamou a atenção para o comportamento dos itens que compõem o Indicador
Antecedente Composto da Economia. Em janeiro, seis dos oito componentes
contribuíram negativamente para o índice: desempenho da Bovespa, Sondagem da
Indústria, Sondagem de Serviços, Sondagem do Consumidor, taxa de juros e
variação de termos de troca. "Isso mostra que há um ambiente de pouco
otimismo e merece destaque porque está ligado com as previsões quantitativas de
crescimento que veem sendo rebaixadas", afirmou.
Os
únicos componentes que contribuíram positivamente foram produção de bens e
consumo duráveis e volume de exportações. "É preciso lembrar que nesses
dois casos a contribuição positiva não é um alento muito grande porque os meses
anteriores foram fracos nesses quesitos, então a alta é atribuída mais à base
de comparação baixa do que a uma melhora dos fundamentos da economia."
Fonte:
Folha de Londrina – PR
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