A
regra é clara: no mesmo momento que realiza uma venda, a empresa contrai uma
dívida tributária porque parte do valor cobrado são impostos embutidos que
devem ser recolhidos aos cofres públicos.
Apesar
de conhecê-la, muitas empresas tem dificuldade de colocá-la em prática e
registra o dinheiro dos impostos no fluxo de caixa como receita de vendas.
Uma
das dificuldades é que quando deixa de fazer a segregação e trata a parte do
Governo como propriedade da empresa, acaba por se comprometer com gastos cujo valor
supera aquele que de fato pertence a ela, o que distorce a realidade e causa
vários problemas.
O
descuido com o assunto é grande e ganha proporções que mesmo bons negócios
acabam por fracassar por esse motivo. A visão distorcida da realidade leva a adoção
de práticas que fazem com que a solução para os problemas fique cada vez mais
difícil de ser implementada.
Muitas
empresas, ao tentar fazer a segregação, constatam que o nível das receitas não
são suficientes para cobrir o valor dos impostos, das despesas operacionais,
dos custos de produção e remunerar o proprietário - e que devido à natureza não
será fácil cortar os gastos em excesso.
Uma
das práticas é escolher os produtos que vende e definir os preços com base na
concorrência obtendo uma margem de lucro que acaba ficando muito aquém da
necessária, o que leva à falta de dinheiro no caixa da empresa.
A
falta da segregação patrimonial entre pessoa jurídica e física é outra prática
ruim, pois provoca a saída de recursos que pertencem à empresa para cobrir
gastos pessoais do sócio. Trata-se de dois exemplos de procedimentos que a
administração coloca em prática por ter uma visão distorcida do caixa da
empresa e também dos gastos que de fato são intrinsecamente ligados a atividade.
Mudar esse tipo de prática é bem difícil, exige muito esforço do proprietário e
por isso muitos não conseguem mudar. Mudar procedimentos como esses exigem nova
postura e adoção de novas práticas.
No
caso do preço de vendas e escolha dos produtos para venda, algumas das alternativas
são: o estudo do mercado procurando saber se está ou não saturado e por quanto
tempo mais consumirá o produto naquele preço; saber qual volume de vendas a
empresa precisa atingir e se tem estrutura e processos eficientes para superar
o ponto de equilíbrio e gerar lucro; conhecer e calcular corretamente a carga
tributária que incide sobre o preço de vendas.
Em
relação à formação de preço a prática usual é aplicar multiplicadores que entre
outras coisas consideram a margem bruta de lucro e a carga tributária que devem
ser praticadas sobre o custo do produto.
Cortar
gastos é sempre difícil, mas possível de se fazer. Normalmente são
identificados custos fixos, aqueles que são recorrentes, mas não guardam
relação direta com os produtos vendidos pela empresa. A título de exemplo,
instalações caras, mas subutilizadas ou inadequadas para o tipo de negócio da
empresa; desperdício de energia elétrica e mão de obra.
Encontrar
o custo do produto correto não é tarefa fácil, porém ao defini-lo é possível
cortar os custos em excesso, que são justamente aqueles que não são absorvidos
pelos itens vendidos pela empresa.
Além
dos custos fixos, existem despesas decorrentes da falta de segregação
patrimonial. É o gasto que o empresário tem mais dificuldades para cortar, pois
significa alterar o padrão de vida da família. São gastos que não são previstos
no orçamento, o que agrava ainda mais a situação, já que o fato de existir
dinheiro em caixa não significa a existência das condições ideais para se
incorrer em gastos que não estão relacionados com o negócio da empresa.
Eliminar
as despesas pessoais do dono passa pela definição de um valor fixo de retirada
mensal que deve ser suficiente para atender suas necessidades pessoais. Regra
essa que deve ser seguida fielmente pelo proprietário.
Diante
desses problemas de difícil solução, o empresário que se propõe a enfrentá-los
tem que estar disposto a agir de maneira diferente e também passar a fazer uso
de ferramentas que não vinha utilizando.
A
contabilidade é uma das ferramentas que pode ser bastante útil para auxiliá-lo
visto que seus registros possibilitam a elaboração dos relatórios que vão
apresentar a ele muitas dessas informações. Bem utilizadas elas servirão para
análise do que veio acontecendo na empresa e servirão para todo o planejamento
dos próximos passos a serem seguidos.
Fonte:
Segs
Nenhum comentário:
Postar um comentário