Quando
o capitão da Marinha americana Mike Abrashoff assumiu o comando do USS Benfold,
o navio ocupava a última posição no ranking de retenção de marinheiros. O
militar tinha o desafio de melhorar praticamente todos os índices da equipe e
reduzir a perda de profissionais. O trabalho foi árduo, mas, com muito diálogo
e treinamento, ele conseguiu reverter a situação. Seu primeiro passo foi
perceber que, por mais que ele possa dar ordens no navio, não pode ordenar que
os marinheiros permaneçam nele. E essa lógica se transfere para as equipes de
todas as empresas.
Abrashoff
foi um dos palestrantes da 14a Convenção ABF do Franchising, que ocorre na ilha
de Comandatuba, em Una, na Bahia. Conheça as atitudes que ele tomou para
transformar o USS Benfold em um exemplo de engajamento.
1. Priorize aquilo que
você pode mudar
Um
capitão da Marinha não pode escolher as suas missões e tem zero influência
sobre o orçamento destinado ao seu navio. Mas ele pode se dedicar às pessoas e
melhorar os fatores de retenção. Quando assumiu o navio, Abrashoff achava que o
salário baixo era o maior fator para os marinheiros deixarem a Marinha. Mas uma
pesquisa mostrou que esse era o quinto fator, atrás de a opinião de que não
eram tratados com respeito, a percepção de que ninguém os ouvia, a falta de
treinamento e a falta de preparo para assumir posições de mais responsabilidade.
O salário de fato era algo que ele não conseguiria alterar. Mas poderia mexer
em todos os outros fatores.
2. Valorize todas as
atividades do time
Quando
assumiu o controle do navio, Abrashoff recebeu sua família para um jantar a
bordo. A má qualidade da comida foi marcante, e o capitão começou a investigar
a opinião dos marinheiros sobre o tema. Descobriu que havia uma insatisfação
generalizada com a comida e que os cozinheiros sofriam bullying por causa
disso. O capitão desceu então à cozinha e conversou com os funcionários.
Agradeceu-os pelos serviços prestados. Depois, reforçou com os marinhos a
importância de valorizar – e não degradar – as pessoas que os ajudam no dia a
dia. Logo, a qualidade da comida melhorou.
3. Esteja próximo da equipe
Abrashoff
conta que, no início da sua gestão no USS Benfold, os marinheiros evitavam
chegar perto dele e, ao passar pelo capitão, não o olhavam nos olhos. Então,
ele parou de ficar na sua mesa. Passava o dia todo andando pelo navio e ouvindo
as pessoas. Perguntava sobre as carreiras e os anseios da equipe. Aos poucos,
começaram a conversar e a sorrir. Depois, todos criaram o hábito de receber
visitantes com a mesma gentileza: um aperto de mão e um sorriso.
4. Coloque as pessoas na
frente
Ao
participar de um almoço com todos do barco, Abrashoff percebeu que, na fila
para pegar comida, os oficiais de maior patente ficavam à frente, enquanto os
soldados se colocavam atrás. O capitão perguntou o porquê, e eles explicaram:
caso a comida não fosse suficiente para todos, os chefes teriam o almoço
garantido. No evento seguinte, Abrashoff foi para o fim da fila e comeu junto
com os soldados, no deque do navio. Logo, os outros oficiais graduados fizeram
o mesmo. “Temos níveis diferentes de salário e de responsabilidade”, diz. “Mas,
se o navio afunda, não importa o quanto cada um ganha.”
Fonte:
Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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