Após
mais de um ano parada no Congresso, o Senado deu um passo para tentar
regulamentar os direitos dos empregados domésticos. A comissão mista
responsável por consolidar as leis federais aprovou na tarde desta terça-feira,
11, o parecer do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que ampliou os direitos dos
trabalhadores da classe. O relatório de Jucá rejeitou 57 emendas aprovadas pela
Câmara dos Deputados, mantendo uma proposta aprovada pelo Senado em julho de
2013.
O
parecer aprovado não mexe em normas já estipuladas pelo Senado. Pelo texto, o
empregador vai pagar um adicional de 20% sobre o salário, dos quais 8% servirão
para arcar com o INSS, 0,8% com o seguro de acidente de trabalho e 11,2% para
custear o FGTS dos trabalhadores. Outra inovação do texto é a criação de um
programa de refinanciamento de dívidas de empregadores com o INSS, uma
iniciativa para ampliar a formalização dos trabalhadores domésticos.
O
texto fixa a jornada de trabalho de oito horas diárias e 44 horas semanais. A
partir de dois dias de trabalho numa semana em residências, de acordo com o
projeto, ele é classificado como "trabalho doméstico". A proposta
mantém o chamado banco de horas que podem ser compensadas, com folgas, em no máximo
um ano.
Por
meio de emendas, a Câmara tentou instituir o imposto sindical, que seria
custeado com contribuições de trabalhadores e de empregados e ainda queria
acabar com o banco de horas. Esses dois pontos e outros foram rejeitados pela
comissão mista.
O
texto agora vai mais uma vez para análise do plenário da Câmara e, se não
sofrer mudanças, seguirá para sanção da Presidência da República. Os direitos
trabalhistas dos empregados domésticos foram ampliados em abril do ano passado
por meio de uma emenda constitucional.
Muitos
pontos da emenda, porém, ainda carecem de regulamentação. Após a eventual
sanção do projeto que regulamenta os direitos dos trabalhadores domésticos, os
empregadores terão 120 dias para passar a fazer o recolhimento dos impostos e
implantar as mudanças existentes no texto.
Romero
Jucá afirmou que é "fundamental" que os deputados apreciem logo a
proposta. "O ideal era termos aprovado as mudanças em seis meses",
reconheceu o senador peemedebista.
Fonte:
DCI
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