Anote
na sua agenda: em 1º de julho chega ao fim a desoneração da Folha de Pagamento
para grande parte dos setores econômicos que se beneficiam do menor peso dos
impostos. A despesa mensal com recursos humanos vai aumentar e por isso
queremos mostrar o que mudou na Folha de Pagamentos.
O fim da desoneração
O
Governo alterou a Lei nº 12.546 de 2011 com a Medida Provisória 774 no último
dia 30 de março de 2017. A partir de 1º de julho, a maioria das empresas será
obrigada a recolher os 20% de contribuição previdenciária sobre a Folha de
Pagamento.
A
medida, proferida pelo Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem em seu
cerne a necessidade de anular o rombo fiscal de 58 bilhões de reais do
Orçamento da União. Utilizando-se de dados da Receita Federal, que estima que
77,9 bilhões de reais deixaram de ser pagos, o governo explica que mais de 40
mil empresas se beneficiam atualmente da desoneração, cujo objetivo em 2011 foi
de estimular a geração de empregos no país.
Até
este momento, a empresa tinha a escolha de recolher os 20% sobre a Folha de
Pagamento ou uma alíquota entre 2% a 4,5% da Receita Bruta. Portanto, os
valores de faturamento e do número de funcionários afetam muito o cálculo.
É
claro, isso não deve ser novidade para a maioria dos empreendedores bem
informados porque eles já se viam obrigados a calcular o recolhimento mais
vantajoso desde 2015. Tal fato fica ainda mais evidente quando mostramos dois
exemplos:
1.
Um lojista cuja Folha de Pagamento hoje
está na ordem de R$ 30 mil e que tem um faturamento de R$ 200 mil ao mês
recolhe R$ 5 mil porque optou pelo caminho da alíquota — 2,5%. Agora, a partir
de julho, ele pagará obrigatoriamente R$ 6 mil (20% do faturamento).
2.
Uma empresa de assistência técnica que
fatura R$ 20 mil por mês e que tem uma Folha de Pagamento de R$ 6 mil recolhia
R$ 900 porque optou pela alíquota de 4,5%. Agora, a partir de julho, ela pagará
R$ 1.200.
É
importante estar atento ao novo custo nos próximos meses se você não estava no
lado dos 20% sobre a Folha de Pagamento.
Quais setores ainda
permanecem com a desoneração?
Embora
para muitas empresas a condição mude, existem algumas categorias de empresas
que permaneceram com o benefício de pagar a contribuição previdenciária da
Folha de Pagamento conforme uma alíquota. São elas:
- Empresas jornalísticas e de radiodifusão – 1,5%
- Empresas de transporte ferroviário e metroferroviário de passageiros – 2%
- Empresas de transporte coletivo (rodoviário, metropolitano, municipal, intermunicipal, interestadual e internacional) – 2%
- Empresas de Obras de infraestrutura – 4,5%
- Empresas de Construção Civil – 4,5%
O que minha empresa pode
fazer?
Se
você já sabe que precisará aumentar o recolhimento previdenciário, não se
desespere. Como falta mais de um mês para a medida entrar em vigor, ainda há
tempo para realizar mudanças.
Antes
de tudo, demitir nem sempre é o melhor caminho. Se você ainda tem a política de
pagar todas as horas extras, é uma boa ideia conversar com os funcionários
sobre a possibilidade de criar um banco de horas para a maioria dos casos e
explicar os motivos.
Contudo,
caso seja necessário terceirizar a mão de obra, a boa notícia (para o
empresário) é que o mercado deve melhorar com a Nova Lei da Terceirização, pois
agora será possível terceirizar até a atividade final da empresa.
Conclusão
Um
bom empreendedor precisa estar preparado para todos os cenários. Muito embora a
desoneração seja algo que muitos estejam conscientes de que iria acontecer uma
hora, é bem provável que ao criar um planejamento anual não levaram em conta
num primeiro momento.
Mas
tudo bem, cabeça erguida, é hora de avaliar o cenário nacional e planejar suas
ações nos próximos meses vai ser fundamental para que o ano de 2017,
considerado de transição, permita seu negócio continuar crescendo.
Fonte:
Blog Sage
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