Atualização
constante é importante em todas as práticas profissionais. No caso dos
contadores, é fundamental, dada a quantidade de novidades que surgem a todo
momento, seja no âmbito das legislações tributárias, das normas, tecnologias ou
obrigações. O mercado de trabalho exige atualização constante, profissionais
seguros de suas atitudes perante os desafios impostos e em conformidade com as
exigências.
O
ano começou com recorde no número de desempregados no País. Cerca de 11,5% da
população trabalhadora está fora do mercado de trabalho, segundo dados do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar do cenário marcado
por incertezas no ambiente econômico e político, 2017 será promissor para
profissionais com conhecimentos de diferentes áreas do processo de produção ou
serviços, capazes inovar e gerar negócios, na avaliação da Wyser, empresa de
recrutamento e seleção para média e alta gerência, da multinacional de recursos
humanos Gi Group.
Apesar
da recessão econômica e da crise política, a profissão contábil é uma das que
continuam em alta. No ano passado, a categoria ocupava a liderança do ranking
entre os segmentos de mercado que ofereciam maiores oportunidades no Brasil,
conforme levantamento da Wyser.
Em
2017, os contadores saíram das 10 primeiras posições da listagem, porém
continuam com demanda em alta. O diretor da Wyser Fábio Nogueira afirma que os
contadores continuam entre as 15 categorias mais demandadas e que a queda não é
preocupante.
"O
que ocorreu, na realidade, foi o aumento da demanda em outras áreas que, em
2016, quando as crises econômica e política eram mais claras, estavam
estagnadas. Quando houve melhora no cenário macroeconômico, outras profissões
se sobressaíram", explica Nogueira. As três profissões mais promissoras em
2017 são gestor de logística, especialista em mídias sociais e pesquisador.
Manter-se
em constante atualização é essencial. A demanda é praticamente a mesma do ano
passado. "As médias e grandes empresas continuam buscando profissionais
mais especializados, com sólida formação acadêmica e domínio do inglês e outros
idiomas, além da habilidade para detectar oportunidades de crescimento tanto
internamente como no exterior", sugere Nogueira.
A
contabilidade, diz o especialista, é uma das poucas áreas que conseguem
manter-se em atividade tanto em momentos de recessão quanto de crescimento.
Quando uma empresa enfrenta dificuldades, o contador é o profissional capaz de
fazer a análise dos gastos, realizar o planejamento tributário, pensar em
reduzir custos e, até mesmo, em casos extremos, apontar a melhor maneira de
entrar com pedido de recuperação judicial ou declarar falência. "Nos
momentos de abertura, o profissional contábil é um dos primeiros contratados e,
quando há a possibilidade de expansão da empresa, também continua sendo
decisivo", salienta o diretor da agência de recrutamento.
Um
marco importante para a maior valorização no País, diz o diretor de
Desenvolvimento Profissional do Ibracon Nacional, Tadeu Cendón, foi a adoção, a
partir de 2007, das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS -
International Financial Reporting Standards). "Uma vez que decidimos
adotar, somos diretamente afetados às atualizações cada vez mais constantes nas
transações internacionais, nas emissões de notas, no código de ética, na
prática em geral."
Educação continuada deve
ser busca de todos profissionais
A
educação continuada, exigida aos auditores independentes desde 2006 no País,
veio para garantir a atualização constante através da participação em eventos
certificados, ou seja, que realmente têm conteúdo relevante com profissionais
capacitados. Contudo, diz a vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do
Conselho Regional de Contabilidade do Estado (CRCRS), Magda Wormann,
"independentemente de ser obrigado ou não, o contador sempre tem que
procurar a qualificação".
A
norma que regulamenta, hoje, o Programa de Educação Profissional Continuada
(PEPC) é a Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) PG 12. Recentemente, além
dos auditores independentes inscritos no Cadastro Nacional de Auditores
Independentes (Cnai), mais categorias estão obrigadas a comprovar qualificação
constante, como aqueles profissionais, inclusive sócios e responsáveis
técnicos, que estejam registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e
que exerçam atividade em instituições bancárias e em seguradoras.
Os
profissionais devem somar no mínimo 40 pontos ao longo de um ano em
participações em eventos certificados. Ao final do ano, solicitam a renovação
da autorização para continuar trabalhando. A partir de 2018, o PEPC também irá
incluir os peritos contábeis inscritos no Cadastro Nacional de Peritos
Contábeis (CNPC).
Para
facilitar o acesso de quem está longe dos grandes centros, o próximo passo é
criar meios de validar o Ensino a Distância. "Estamos trabalhando para
implementar um projeto para que, no futuro, consigamos validar os cursos com
transmissão pela internet. É preciso investir na parte tecnológica, pois
precisamos garantir um sistema de interação com o ministrante e de comprovação
da participação, seja através de um exame ou qualquer outra maneira", diz
Magda.
Tecnologias são aliadas na
gestão
A
contabilidade mudou muito nos últimos anos. A inserção de novas tecnologias nesse
mercado alterou o dia a dia, processos, profissões, carreiras e o
relacionamento das empresas com sua rotina fiscal. Compreender como essa
mudança começou e como ela se desenvolve é essencial para profissionais da área
e empresas que buscam um melhor atendimento.
O
uso de novas tecnologias continua sendo um desafio, mas pode representar
oportunidade de negócios e facilidades ao contador. Ferramentas como o eSocial,
a Nota Fiscal eletrônica (NFe) e outras operações que passaram a ser feitas
on-line vem propiciando aos profissionais contábeis o desenvolvimento do seu
real trabalho, que é a análise das informações, dos resultados dessas
informações e a gestão.
Mudanças em leis e normas
exigem atenção
As
constantes mudanças na legislação tributária são um dos pontos que merecem
maior atenção dos contadores. Além disso, os profissionais devem estar atentos
às alterações nas normas contábeis e das agências reguladoras, como, por
exemplo, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e a Comissão de Valores
Mobiliário (CVM).
Conforme
levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) sobre
a quantidade de normas editadas no Brasil ao longo dos 28 anos da Constituição
Federal de 1988, União, estados e municípios editaram 5,4 milhões de normas,
que englobam desde mudanças na Constituição Federal à criação de leis para
homenagear temas e pessoas.
A
prática mais comum são alterações na legislação tributária, que crescem todos
os anos e responderam por 6,65% do total de normas editadas no Brasil. Até
2016, foram mais de 363 mil normas sobre a matéria.
Com
o fechamento do cerco dos órgãos fiscalizadores, aumenta a responsabilidade
sobre os ombros dos contadores. Por isso, toda e qualquer decisão tomada
precisa estar bem lastreada e em conformidade com as leis e normas que regem a
profissão. Por isso, uma dica é estar bem informado e participar, mesmo que não
esteja entre os segmentos obrigados, de cursos, palestrar, seminários e outros
eventos voltados à formação.
Fonte:
Jornal do Comércio – RS
Nenhum comentário:
Postar um comentário