Quase
metade das empresas que passarão a enviar, a partir do eSocial, informações de
folha de pagamento e encargos trabalhistas em tempo real ao governo a partir de
2018 ainda não se preparou para o novo sistema.
A
Receita Federal estima que 14 mil companhias estarão sujeitas ao eSocial a
partir de janeiro. As demais entram no sistema no segundo semestre de 2018.
Pesquisa
da consultoria EY com 386 companhias com faturamento superior a R$ 78 milhões
ao ano e que estarão sujeitas à obrigação no começo do ano aponta que 48% não
têm nenhuma avaliação sobre quais as mudanças que terão de ser feitas para
adotar o novo sistema. O eSocial permitirá um aumento na capacidade de
fiscalização de órgãos como Ministério do Trabalho e Previdência, além do
fisco.
Deslizes
comuns no cumprimento da legislação como horas extras acima do limite de duas
por dia e divisão de férias além do previsto em lei e de procedimentos poderão
ser monitorados sem fiscalização presencial. As Empresas deverão ter mais
planejamento e controle. As que não se adequarem a tempo não conseguirão
transmitir suas declarações, gerando perda da certidão negativa de débitos
(tornando-se inadimplente pelo governo) e estará sujeita a multas.
DADOS
O
novo sistema, diz Valter Shimidu, sócio da KPMG, exigirá nome, CPF, PIS e
endereço de cada funcionário. Se um dado estiver errado, as informações não são
enviadas. “Temos visto que 10% da base cadastral das empresas tem alguma
inconsistência. Em uma empresa de 5.000 pessoas, 500 cadastros têm problema”,
afirma.
Segundo
a EY, 54% das empresas ainda não revisaram os cadastros de funcionários.
Companhias
também terão de estar em dia com seus programas de saúde e segurança no
trabalho e registrar com prontidão faltas e licenças médicas, afirma Helio
Donin Júnior, diretor de educação e cultura da Fenacon (federação das empresas
contábeis). Para ele, a demora das empresas em se preparar para o novo eSocial
decorre do atraso na entrada em funcionamento, que estava prevista,
inicialmente, para 2014.
De
acordo com Donin, apesar da dificuldade inicial, o eSocial deverá diminuir a
burocracia, pois levará à eliminação gradual de outras declarações
trabalhistas, como a RAIS e o CAGED.
ACOMPANHAMENTO
Altemir
Linhares de Melo, auditor-fiscal da Receita e assessor especial para o eSocial,
afirma que o órgão acompanha a evolução do quadro, que se assemelha muito aos
períodos que antecederam outras cinco etapas de implantação do Sistema Público
de Escrituração Digital.
Ele
afirma que a decisão de postergar o início do eSocial para janeiro de 2018
decorreu de apelos dos segmentos econômicos envolvidos.
O
auditor ainda afirmou que não existe nenhuma hipótese de adiamento da entrada
em funcionamento do eSocial no ano que vem.
Fonte:
Blog Guia Trabalhista
Nenhum comentário:
Postar um comentário