O
13º salário é um assunto que começa a vir à tona no segundo semestre, com a
expectativa do pagamento, o que fazer com o dinheiro e quanto a remuneração vai
injetar na economia. Mas quem é empresário precisa se preocupar com esse tema
bem antes para evitar aborrecimentos e apertos financeiros.
De
acordo com o consultor do Sebrae-SP Maurício Mezalira, apesar do empresário
saber da obrigatoriedade do pagamento do 13º salário, dificilmente ele consegue
guardar esse dinheiro no dia a dia. “Isso se deve em grande parte porque a
gestão financeira dos pequenos negócios é feita com base no que entrou e saiu
do caixa”, conta.
Essa
era a realidade da empresa Reobote, localizada na zona leste de São Paulo, até
a chegada de Felipe Tarkany, que começou a trabalhar na empresa criada pelo
pai, Eudario Souza da Silva.
No
início, em 2006, logo que ele começou na empresa, uma pessoa era responsável
pelo acompanhamento da parte financeira. “Já era bom de certa forma porque
existia um acompanhamento visando o caixa, quanto pagou, quanto recebeu”,
lembra o gerente de operações. Na época, Tarkany trabalhava de dia e estudava
administração à noite. Em seguida, se especializou em qualidade e agora planeja
um MBA em direção executiva.
Tarkany
assumiu a parte financeira só em 2012, quando começou a fazer uma gestão mais
madura da empresa. O planejamento para o pagamento do 13º salário e férias dos
funcionários começou após contato com o Sebrae-SP e a apresentação de modelos
de Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Desde
então, a empresa calcula o porcentual das férias e 13º salário dos funcionários
que deve ser poupado todos os meses e já inclui o valor no resultado do mês,
como se fosse uma despesa daquele período. “Fazemos uma reserva de caixa. Além
de não ter um impacto tão grande no orçamento da empresa em dezembro, que já é
um mês de receita baixa, conseguimos ter um resultado não tão impactante de
despesa”, afirma.
A
Reobote, especializada em fosfatização, trefilação e decapagem de aços, tem
atualmente dez funcionários. “Nosso negócio é específico e atendemos vários mercados
diferentes. Ao mesmo tempo que caiu o mercado automobilístico, outros foram
melhorando. De modo geral, enxergo uma melhora”, conta Tarkany, que fez uma
contratação recentemente para um novo turno na empresa.
O
consultor do Sebrae-SP ressalta que saber o custo de um empregado é um desafio
para os donos de micro e pequenas empresas. “Além do salário combinado, ele
deverá considerar outros custos previstos na CLT e nos acordos coletivos das
respectivas categorias”, destaca.
Na
prática, os empresários não fazem a reserva financeira ao longo do ano. “Devido
ao dinamismo dos negócios e os desequilíbrios no fluxo de caixa, o
provisionamento não é feito, comprometendo o planejamento financeiro. Quando
chega o final do ano o empresário acaba tendo que recorrer a alguma linha de
crédito para solucionar o problema”, diz Mezalira.
Uma
pesquisa do Sebrae mostra justamente a utilização do financiamento para o
pagamento. No fim de 2015, 64% das empresas consultadas no Estado de São Paulo
afirmaram que iriam conseguir pagar o 13º salário em dia, 5% não iriam pagar em
dia, 30% não tinham empregados com direito ao 13º. Entre as empresas com
empregados com direito ao abono de fim de ano, 11% pretendiam contar com
empréstimo para pagar o 13º.
Para
não errar o custo do 13º salário, o consultor financeiro orienta o empresário a
considerar todo mês o equivalente a 1/12 do salário do empregado. Esse valor
deverá ser guardado, preferencialmente, em uma aplicação financeira para que o
dinheiro renda juros. “Ao considerar o custo dentro do mês em que ele ocorreu
possibilita ao empresário enxergar adequadamente se sua empresa está indo bem,
ou seja, se está gerando lucro”, observa.
O
consultor lembra ainda que o empresário não pode esquecer de incluir na conta
outros encargos trabalhistas para não desequilibrar as finanças em uma eventual
demissão do funcionário.
Quem
ainda não começou a guardar o dinheiro pode começar o quanto antes. Basta
dividir o valor do pagamento pelo número de meses que faltam. “Não se precaver
para o pagamento deste adicional é um dos motivos que muitas empresas começam o
ano com dificuldade porque precisaram pegar empréstimos”, alerta o consultor do
Sebrae-SP.
Veja
na imagem abaixo como calcular o 13º salário e outros encargos.
Fonte:
Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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