Com
o avanço da tecnologia nos sistemas de análise e fiscalização, o fisco tem cada
vez mais capacidade de realizar fiscalizações em massa. Hoje, cruzamentos
automáticos nos supercomputadores da Receita Federal são muito comuns, uma vez
que os dados de instituições financeiras e outros contribuintes são declarados
anual e mensalmente para o fisco, criando um “prato cheio” para as auditorias
eletrônicas da Receita. Um bom exemplo dessa transparência são as operações com
cartões de crédito. As instituições financeiras também informam as
movimentações para o fisco anualmente. Por isso, empresas que omitem
faturamento, por exemplo, podem estar com os dias contados.
Entre
os erros mais comuns cometidos pelas empresas relacionados à área tributária,
estão:
1)
Omitir receitas e faturamentos: o fisco tem atualmente poderio suficiente para
cruzar informações com as movimentações bancárias e cartões de crédito.
2)
Optar pelo regime tributário incorreto: o enquadramento do Simples Nacional sem
o cumprimento de seus requisitos podem fazer a empresa ter carga tributária
ainda maior.
3)
Realizar tomada de créditos tributários de forma indevida: a legislação atual
pode gerar interpretação equivocada daquilo que se pode ou não tomar créditos,
principalmente, na legislação de PIS e COFINS.
4)
Atrasar o pagamento dos tributos: diferente dos fornecedores habituais, em que
é possível uma renegociação para não pagar multa e juros, o governo não tolera
um dia de atraso nos recolhimentos dos tributos.
5)
Confundir patrimônio de pessoa física com pessoa jurídica: considerar um
veículo do sócio no ativo fixo de sua empresa pode gerar despesas não
dedutíveis em sua contabilidade.
6)
Praticar simulação tributária ou evasão fiscal: “simulação” e “evasão” são
palavras proibidas no mundo tributário. Por isso, é importante buscar elementos
econômicos diferentes do tributário para não cair no radar do fisco.
7)
Cometer falta ou erro no envio dos arquivos para o fisco: a falta de entrega ou
mesmo a omissão podem representar multas altíssimas para a organização.
8)
Atender à fiscalização de forma inadequada: atendimento aos prazos é imperativo
nessas situações. Uma multa da Receita Federal, por exemplo, pode afetar o
caixa de uma empresa com percentuais que variam entre 75% e 225% sobre o
imposto devido, além de efeitos penais para sócios e administradores.
9)
Deixar de observar oportunidades de planejamento tributário: é dever de todo
administrador observar possibilidades de otimização tributária de forma lícita.
A falta de observação das melhores alternativas existentes na legislação pode
fazer um concorrente ser mais bem-sucedido em suas margens.
10)
Não considerar os reflexos tributários na formação de preços: as empresas são
meras “arrecadadoras” dos tributos do governo. Imaginar pagar um tributo sem
ter repassado isso no preço do produto ou serviço pode se tornar um grande
problema para o negócio.
E
o que pode acontecer com as empresas que não observam estes temas? O primeiro
reflexo provavelmente será um prejuízo financeiro importante, oriundo de erros
de planejamento. Diante do cenário de luta contra a corrupção, com ações como a
Lava Jato, as empresas têm que adotar políticas de compliance fiscal e uma boa
governança tributária. Todos esses cuidados podem evitar a falência de uma
organização, bem como significar perpetuidade de seus negócios.
Fonte:
Jornal Contábil
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