As
pequenas empresas não estão preparadas para o eSocial, a plataforma criada pelo
governo para unificar o envio de informações trabalhistas, fiscais e
previdenciárias dos trabalhadores.
Uma
pesquisa da Fenacon (Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e
das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas) mostra que
só 4,4% das empresas estão aptas para operar o novo sistema, que entrará no ar
no dia 1º de janeiro de 2018 para as companhias que faturaram mais de R$ 78
milhões em 2016.
De
acordo com os resultados do levantamento, realizado com 1,33 mil empresas associadas,
42,9% das companhias sequer iniciaram a implantação do sistema.
Somente
29,1% iniciaram o processo e 23,7% afirmaram estar na fase intermediária. A
maior parte das empresas que participaram da pesquisa entrará na lista de
obrigatoriedade para operar o eSocial no início de julho do próximo ano.
“Os
índices são preocupantes, mas precisamos considerar que há pela frente quase um
ano para se adaptar”, disse Hélio Donin, diretor de educação e cultura da
Fenacon.
Desde
o início de agosto, as empresas que desejarem, independentemente de estarem ou
não obrigadas a partir de janeiro de 2018, podem simular o envio das
informações trabalhistas para a plataforma.
Mas
até a semana passada, porém, pouco mais de mil empresas estavam usando o
sistema, ainda em fase de testes. No início de 2018, o eSocial passa a ser
obrigatório para um universo de cerca de 15 mil empregadores.
Para
aumentar a adesão ao uso da plataforma e alertar que o último cronograma de
implantação do sistema será mantido, ou seja, com início em janeiro de 2018, o
governo estuda realizar uma campanha de divulgação.
Na
opinião do diretor da Fenacon, a oportunidade de testar o ambiente do eSocial
antes da efetiva entrada em vigor deve contribuir para a capacitação das
empresas e para a melhora desses índices.
Um
outro dado da pesquisa da Fenacon mostra que 58% dos participantes afirmaram
que precisam de treinamento para seus funcionários, o que pode ser feito por
meio de simulações no ambiente de testes.
Para
contribuir com a capacitação do setor de serviços, a Fenacon criou, em parceria
com a Receita Federal, o Ministério do Trabalho e Emprego e a Caixa Econômica
Federal, o Portal
Árvore do Conhecimento.
Nesse
portal, há mais de 40 vídeos que explicam, por exemplo, como preencher os
arquivos do eSocial e os impactos da ferramenta para a Receita Federal.
OBSTÁCULOS
Além
de medir o grau de adaptação das empresas à ferramenta, a pesquisa da Fenacon
também identificou os principais desafios para a implantação do sistema.
Para
42,3% dos entrevistados, a principal dificuldade é repensar processos e mudar a
cultura organizacional da empresa. Com o eSocial, as informações sobre os
funcionários devem ser comunicadas em prazos curtos, sob o risco de multas. A
admissão de um trabalhador, por exemplo, envolve o envio de vários documentos
para o registro. Nada pode faltar.
“Muitas
empresas não respeitam determinados procedimentos. Com a ferramenta, todos os
dados terão de ser informados no eSocial”, explica Donin. A multa por falta de
cadastro atualizado dos trabalhadores, por exemplo, pode variar de R$ 201,27 a
R$ 402,54, por empregado, de acordo com a legislação.
Fonte:
Diário do Comércio – SP
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