No
dia 22 de setembro comemora-se o Dia do Contador, data alusiva à criação do
primeiro curso de ciências contábeis do Brasil, na Universidade Federal de
Minas Gerais, em 1945. Nestes 70 anos, a carreira tem sofrido grandes
modificações.
A
imagem de um profissional atrás de uma mesa, com uma calculadora e muitos
papéis não é mais representativa da classe contábil. Como ocorre em todas as
profissões, as novas tecnologias e a globalização têm alterado profundamente o
exercício da atividade, especialmente nos últimos 20 anos. “O profissional da
contabilidade deixou de ser a pessoa que registra fatos passados para ser um
consultor estratégico, com visão prospectiva e ampla do mercado”, explica o
presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), José Martonio Alves
Coelho.
Como
reflexo da maior inserção da mulher no mercado de trabalho e nas instituições
de ensino superior, hoje elas representam 42% dos profissionais da
contabilidade registrados e, em 2012, correspondiam a 58% das matrículas nos
cursos de ciências contábeis. “É um processo natural, mas também reflexo das
mudanças por que a contabilidade vem passando com a modernização e valorização
salarial”, afirma Maria Clara Cavalcante Bugarim, presidente da Academia
Brasileira de Ciências Contábeis (Abracicon) e controladora-geral do Estado de
Alagoas.
A
diversidade de campos de atuação do profissional da contabilidade é um atrativo
para a atividade, além dos salários. No fim do ano passado uma publicação
especializada em carreiras apontou as 42 profissões mais promissoras para 2015.
Entre as 12 primeiras, 10 podem ser exercidas por contadores. Nas empresas, o
salário médio da categoria é de R$ 5 mil, e um profissional no início de
carreira recebe cerca de R$ 2 mil.
Hoje,
existem mais de 45 mil organizações contábeis em todo o Brasil. Quase 150 mil
profissionais atuam nessas empresas. “Essa é também uma mudança significativa
na carreira; o contador é cada vez mais um empreendedor, um profissional com
uma visão empresarial completa”, observa Martonio Coelho. A auditoria
independente, a perícia contábil, o setor público e a contabilidade do terceiro
setor são alguns campos em que o contador pode atuar.
Embora
diverso, o mercado exige formação sólida. Segundo a headhunter Liliane Veinert,
sócia da CV Consult, o mercado requer um profissional dinâmico e competente. “A
visão de um profissional limitado às contas está ultrapassada. Hoje é preciso
pensar fora da caixinha da contabilidade. É importante estar atento ao que
ocorre no mercando nacional e, especialmente, internacional”, ressalta. Para
Veinart, é indispensável uma formação sólida, com pleno domínio de outros
idiomas.
Ciente
das exigências do mercado e da responsabilidade com a sociedade, o CFC
desenvolve programas de apoio à formação que vão da sugestão de uma grade
mínima para as instituições de ensino superior, com a Proposta Nacional de
Conteúdo para o Curso de Ciências Contábeis, ao incentivo à criação de cursos
de pós-graduação stricto senso na área. “Uma das funções da contabilidade é
zelar pelo patrimônio das empresas, do poder público, das entidades do terceiro
setor, enfim da sociedade. Para isso, precisamos estar seguros de que os
profissionais responsáveis por esse trabalho estejam preparados”, defende Maria
Clara. Este ano estão sendo apoiados cursos no Tocantins e em Mato Grosso.
“Embora nos últimos anos tenham crescido de maneira significativa, os cursos de
pós-graduação stricto senso ainda são escassos e estão concentrados nas Regiões
Sudeste e Sul do País.”
Como
protetora da sociedade, a contabilidade desempenha papel central na maior
participação e no controle social. “Apresentar as contas públicas de maneira
fidedigna e clara contribui para a transparência na relação entre o Estado e o
cidadão, e é essa a função do contador”, explica Martonio Coelho.
A
auditoria independente é outra das funções exercidas pelos contadores que
contribui no controle social e na transparência. São eles que atestam a posição
patrimonial, financeira, a capacidade de gerar lucro das empresas, se elas
seguem as Normas Brasileiras de Contabilidade e as normas específicas dos
setores regulados. Empresas dos setores regulados são as que estão submetidas
às normas do Banco Central do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
e da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Hoje
estão registrados mais de 320 mil contadores nos CRCs, e existem cerca de 1.400
cursos de ciências contábeis em todo o Brasil. Para obter o registro
profissional é preciso ter concluído o curso de ciências contábeis e ter sido
aprovado no Exame de Suficiência, prova de certificação da categoria.
Fonte:
Conselho Federal de Contabilidade
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