Quando
uma empresa ou um profissional de contabilidade vai cobrar pelos seus serviços,
sempre surgem as dúvidas sobre quais itens devem ser levados em consideração na
hora de compor o valor final. A busca por um modelo de tabela de honorários
contábeis ideal, infelizmente, é um sonho distante, uma vez que cada caso deve
ser analisado individualmente.
Contudo,
isso não significa que você não possa definir parâmetros capazes de serem
utilizados em qualquer circunstância. Nesse artigo, vamos abordar quais são os
principais itens que devem ser levados em consideração na hora de montar um
orçamento ou uma proposta comercial. São dicas simples, mas bastante úteis, que
servem também como uma espécie de check-list antes da cobrança.
Quanto cobrar pelo meu
trabalho?
Como
você pode imaginar, essa é uma pergunta que permite múltiplas respostas, uma
vez que as funções dos profissionais de contabilidade são bastante dinâmicas.
Entretanto, itens como as suas despesas fixas, as despesas variáveis e os seus
custos são os primeiros a serem observados. Você precisa definir quanto gasta
para fazer o seu trabalho de forma que possa atribuir um valor que não apenas
pague as contas, mas que garanta uma margem de lucro.
Para
isso, além de fazer as suas contas, é preciso conhecer também a média de
valores que o mercado pratica. O seu preço não pode estar muito acima ou muito
abaixo do valor médio. Usar a tabela de honorários contábeis do sindicato das
empresas de contabilidade, por exemplo, é um bom referencial a ser adotado. Ele
garante uma menor distorção no preço final.
Contudo,
é importante lembrar que a estratégia de precificação é variável de empresa
para empresa. Olhar para o seu próprio negócio é o primeiro passo antes de
definir o preço final. Isso significa que um escritório pode gastar mais do que
outro para realizar o mesmo serviço. Isso é perfeitamente normal e cabe ao
gestor encontrar formas de ser mais competitivo. O que não pode é você entrar
em uma guerra de preços com seus concorrentes e acabar trabalhando de graça apenas
para cobrir uma oferta.
O que levar em
consideração na precificação?
Novamente,
embora não exista uma regra geral, existem alguns parâmetros que devem ser
seguidos de forma a ajudar o profissional de contabilidade a saber quanto
cobrar exatamente pelo seu trabalho. Assim, juntando todas essas variáveis,
você poderá compor um preço final justo e equilibrado, que leve em consideração
eventuais tarefas extras.
Tempo é dinheiro
O
primeiro item a ser observado é o fator tempo. Quanto tempo por dia, por semana
ou por mês você terá que dedicar ao atendimento de um determinado cliente? Há
empresas cuja demanda é diária enquanto outras podem ser atendidas
tranquilamente com a dedicação de um dia inteiro durante o mês. Assim, analisar
o perfil do cliente e de quais tarefas ele vai demandar a você é o primeiro
passo.
Para
isso, defina antes de tudo o valor da sua hora de trabalho. Para ter acesso a
essa conta, divida o número de horas a ser trabalhado no mês pelo valor dos
custos + encargos + margem de lucro esperada. O resultado disso não é um número
exato, obviamente, mas ajuda você a ter uma ideia real de quanto vale cada hora
sua. Depois é só estimar o tempo a ser gasto no mês e pronto.
Custos gerais
Você
trabalha sozinho ou tem uma equipe para auxiliá-lo? Se possui funcionários
contratados, sabe que todos eles geram encargos e esses valores também precisam
ser cobertos por qualquer orçamento enviado aos clientes. Dessa forma, você
começa a ter uma noção de quanto custa para um funcionário seu atender um cliente
durante 10 horas por mês, por exemplo.
Um
erro grande que muitas empresas cometem é limitar essa conta às pessoas. Toda
empresa tem despesas, sejam elas diretas ou ocultas. Por diretas, entendemos
itens como água, luz, telefone, aluguel e impostos, por exemplo. São despesas
fixas com as quais você terá que arcar tendo clientes ou não. Além disso, há
ainda as despesas variáveis, como licenças de software, material de escritório
ou alimentação. Tudo isso deve estar previsto na sua planilha, de forma que ao
se fazer o rateio dos valores o seu custo real seja mais preciso.
Margem de lucro
Feito
tudo isso, é hora de responder a uma pergunta-chave: quanto você espera ganhar?
Lembre-se que levantando os custos você tem acesso ao valor mínimo que cobrará pelo
seu trabalho. Aquele que paga todas as contas, mas deixa a sua empresa no zero
a zero. E, obviamente, ninguém trabalha apenas por trabalhar, não é mesmo?
Assim,
defina qual é o percentual sobre o valor apurado que você pretende ter como
margem de lucro. Seja 10%, 5%, 20%… Não importa. O válido aqui é ter
consciência exata de quanto efetivamente está tendo de lucro líquido com cada
um dos seus clientes. Agora, não adianta também abusar.
É
neste ponto que entra em cena o último dos fatores: a concorrência. Se todo o
mercado pratica uma média de 15% de margem de lucro, por exemplo, arbitrar uma
margem de lucro de 30% pode fazer com que os seus preços fiquem muito altos e
que você tenha dificuldade de encontrar clientes. Novamente, aqui é preciso
buscar o equilíbrio e estabelecer um preço justo perante ao mercado.
Fonte:
Blog Sage
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