Quais
são as causas da crise financeira da sua empresa? Já parou para pensar sobre o
assunto? Após escrevermos sobre a recuperação judicial, alguns empresários nos
perguntaram de que forma seria possível avaliar se esse procedimento seria
válido ou não para suas empresas.
A
resposta a essa pergunta não pode ser fornecida através da internet. Somente
conhecendo mais profundamente os problemas da empresa e diante de números
concretos é que poderíamos junto com o empresário avaliar, se o negócio
consegue ou não ter alguma vantagem com a recuperação.
De
todo modo, o ideal é que antes de a empresa entrar em coma e começar a respirar
com ajuda de aparelhos, o próprio empreendedor compreenda os motivos que
levaram à crise. Encontrando as origens do problema é possível atacar as
causas.
Entretanto,
como sabemos o quanto é difícil para quem está no olho do furacão perceber um
caminho por onde começar elaboramos abaixo uma pequena lista de problemas
comuns que normalmente fazem as empresas naufragarem:
1) Concentração de
vencimentos – o empresário precisa dominar o conceito de
fluxo de caixa, não tem jeito, se você não gosta de números, não empreenda. Não
se iluda acreditando que a empresa de contabilidade cuidará das suas finanças,
não é assim que funciona.
É
necessário ter uma planilha com contas a pagar, créditos a receber e
vencimentos. Se o empresário concentra vários vencimentos (além daqueles fixos)
em um único mês, por exemplo, a chance de não ter fluxo de caixa para pagá-los
é alta. Até que ponto é vantagem solicitar um empréstimo para começar a pagar
em 60 dias se na data de vencimento existirão outras contas extras a serem
pagas? Já parou para pensar sobre isso?
A
maioria das micro e pequenas empresas que fecham no Brasil cometem erros
ligados a falta de controle e planejamento financeiro. Empreender requer
conhecimento, procure estudar sobre tudo o que envolve a atividade empresarial
e caso necessário, contrate profissionais especializados em áreas que você não
domina, afinal, é impossível saber tudo.
2) Alavancagem excessiva –
quando uma empresa está bem, é muito fácil e muito farto o crédito. Os bancos
aumentam cada vez mais os limites, vendem facilidades na troca de duplicatas e
o empresário menos atento vai se enredando em um mar de dívidas que em algum
momento precisarão ser pagas.
O
que acontece no momento de crise? O crédito começa a escassear, a tentação de
emitir duplicatas frias passa a ser grande e o empresário que tinha apenas um
problema a administrar, acaba encontrando dois ou mais.
Planeje
o crescimento da sua empresa, antes de fazer utilização de um crédito, avalie
se aquela alavancagem é de fato necessária naquele momento ou se não existem
outras formas de capitalização que não envolvam endividamento.
3) Calote –
empresas que dependem de poucos clientes e trabalham com margens de lucro muito
pequenas, entram em crise quando algum de seus clientes se torna inadimplente.
O lucro de um acaba sendo direcionado para cobrir o rombo deixado pela
inadimplência do outro.
Nesse
ponto, devemos perguntar: você como empresário, sabe precificar corretamente os
seus produtos e/ou serviços? Uma parte dos empresários afirma que precifica sua
mercadoria de acordo com o preço de mercado, outra parte, afirma que precifica
de acordo com os custos envolvidos na comercialização e o lucro pretendido.
Existe
algum erro nessas duas formas de precificação? Não necessariamente, ambas se
complementam. O empresário que avalia apenas os próprios custos sem considerar
o preço do mercado está condenado a perder a competitividade, o que é bastante
perigoso.
Por
outro lado, o empresário que não avalia os custos de produção ou revenda,
também correrá o risco de perder dinheiro e ser obrigado a fechar as portas.
Caso
todo esse tema seja muito complicado para uma microempresa ou empresa de
pequeno porte, cerque-se de profissionais capacitados à auxiliarem, faça
investimentos inteligentes.
Existem
outras causas mais ou menos complexas do que essas mencionadas acima e se você
for um novo empreendedor, fique atento para não cometer esses erros. Caso seja
um empreendedor experiente que já caiu em algumas dessas ciladas, não tem
problema, sempre é tempo de aprender com os erros e recomeçar.
Fonte:
Questão Empresarial
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