O
comércio de material de construção, confecção e móveis e eletrodomésticos será
beneficiado com a desoneração de impostos estaduais a partir de janeiro de
2014. A notícia foi dada ontem pelo titular da Secretaria da Fazenda do Estado
do Ceará (Sefaz-CE), João Marcos Maia, durante encontro com dirigentes do setor
lojista de todo Estado na sede da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas
(FCDL). Ele também confirmou o parcelamento do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) deste fim de ano, a exemplo de anos anteriores.
Segundo
o secretário, a primeira medida faz parte da política do governo do Estado de
desoneração da carga tributária e do fortalecimento das cadeias produtivas
locais. "Em janeiro estaremos implantando uma nova sistemática de
tributação, que é da carga líquida (redução da alíquota), para móveis e
eletrodomésticos, material de construção e confecções. Isso implica em
desoneração de carga", reforçou. Em relação ao segmento de óticas,
relógios e joias, o titular da Sefaz não deu garantia. "Talvez ele também
entre no rol dos beneficiados, mas ainda terá que passar por estudos",
avisa.
João
Marcos Maia prometeu simplificar a vida de todos os lojistas em 2014, com um
projeto de desburocratização em curso - o Sefaz Simplifica. O programa, segundo
ele, se baseia em três pontos: catálogo eletrônico de valores de referência,
desenvolvimento da ferramenta módulo fiscal eletrônico e fim do atestado de não
similaridade.
Em
relação ao catálogo eletrônico de valores de referência, o secretário lembrou
que diariamente a Sefaz recebe cerca de 200 mil notas fiscais. Monitorando
essas NFs, vai ser possível saber se uma empresa está superfaturando. Sobre o
módulo fiscal eletrônico, o secretário informou que foram enviados dois
técnicos da Sefaz a Boston (EUA) para conhecerem uma ferramenta que irá
baratear o uso do módulo fiscal nas transações eletrônicas para os lojistas.
Com
isso, o equipamento Emissor de Cupom Fiscal deve baixar de preço, podendo
chegar ao valor de R$ 400,00. Segundo o secretário, a compra do novo
equipamento será financiada pela Sefaz, podendo ser paga de forma parcelada.
João
Marcos pretende tornar obsoleta a exigência do atestado de não similaridade nas
importações de produtos. "Hoje, quando as empresas querem importar algum
produto, é pedido um atestado de não similaridade para evitar prejuízo a
produtos similares nacionais. Mas não será preciso mais consultar esse
documento porque eu tenho como saber pela nota fiscal eletrônica", diz.
Para
o titular da Sefaz, "o Fisco criou a NF eletrônica, mas ainda não aprendeu
a usá-la em benefício próprio e da sociedade". "Com implementação de
ferramentas que estamos desenvolvendo, vai ser possível atuar preventivamente
com as empresas para que não sejam surpreendidas com a prática de
irregularidades e só dois a três anos depois tomarem conhecimento. Vamos
conhecer e atuar preventivamente em tempo real", frisa.
"A
carga tributária do País é muito alta e nossa cultura é muito burocrática.
Então, há um esforço muito grande da administração pública fazendária cearense
de reverter esse quadro para uma cultura de desburocratização", completa.
O
secretário assegurou aos lojistas que o governo continuará concedendo o
tradicional acordo de Natal para o setor. Assim, os valores do ICMS referentes
às vendas realizadas em dezembro sendo pagos posteriormente ao Fisco em três
parcelas de janeiro a março, entre os dias 10 e 15 de cada mês, de acordo com o
calendário de recolhimento previsto por atividade. "As vendas de dezembro
naturalmente são parceladas em três vezes, a partir de janeiro", confirma.
Para
o presidente da FCDL, Honório Pinheiro, a renovação do acordo já era esperada.
"Tradicionalmente, o governo do Estado assina o chamado ´decreto Papai
Noel´, que elastece o pagamento das vendas que ocorrem nesse período natalino.
Isso já está no automático. Nós nem precisamos nos preocupar porque já acontece
todo ano", afirma.
Para
o líder classista, a iniciativa corresponde ao reconhecimento do governo da
força que o setor de comércio representa para a economia cearense. "Nós
varejistas representamos, principalmente no Ceará, o maior número de empregos e
o maior nível de arrecadação de ICMS. Então, representamos uma força
importante. O varejo é a vocação do Estado, é a economia que se move", diz
Honório Pinheiro.
A
participação do comércio na economia do Estado se traduz nos números da
arrecadação. De acordo com balanço apresentado pelo secretário aos lojistas,
entre janeiro e novembro deste ano, o Estado arrecadou R$ 7,846 bilhões com o
ICMS. "Somando a arrecadação de ICMS do atacado e do varejo, o setor foi
responsável por 35% do bolo", observa. Ele completa que o setor atacadista
recolheu 20,08% do total, enquanto o varejo respondeu por 15,66%.
O
montante arrecadado pelo ICMS até novembro de 2013 corresponde a um crescimento
de 13,99% em comparação com o volume arrecadado em igual período do ano passado
(2012). "Na receita total do Estado, tivemos 11,59% de crescimento. A
performance só não foi melhor devido ao mal desempenho das receitas federais,
pois até agosto já havíamos perdido R$ 1 bilhão no valor dos repasses",
avalia.
Fonte:
Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário