Em
entrevista ao jornal DCI o especialista afirmou que a restrição se deve
normalmente a algum tipo de inadimplência. "Muitas vezes o empresário não
se atenta que a empresa é o próprio nome dele, se ele tiver um problema na
pessoa física vai ter problema também na pessoa jurídica", colocou.
Segundo
dados do Banco Central divulgados na última semana, os empréstimos para este
tipo de crédito tiveram uma alta de 43% em outubro ante setembro. No acumulado
em doze meses o crescimento foi de 45,5%. A opção de microcrédito, segundo o
especialista do Sebrae, é encontrada em todos os bancos, mas os bancos públicos
são os que têm as melhores taxas, que rondam em torno de 6% ao ano. A taxa
básica de juros (Selic) está em 10% ao ano.
Além
das restrições, uma outra dificuldade encontrada pelo empresário individual no
acesso ao crédito é a falta de garantia. O consultor do Sebrae orienta que a
primeira coisa a ser feita é o contrato com alguma operadora de cartão de
crédito e assim ter acesso à máquina de recebimento. O montante das primeiras
vendas pode ser usado como garantia.
Natal
explicou ainda que muitas vezes a bancarização do microempreendedor individual
ocorre a partir do momento que necessita da máquina de cartão. "Por conta
do grande tempo de informalidade, esse tipo de empresário não tem nem conta
corrente pessoa física, para quem já tem uma empresa um pouco mais estruturada,
como uma microempresa, os facilitadores para abrir uma conta corrente de pessoa
jurídica são maiores, pelo histórico que ele já tem como pessoa física com o
banco", disse.
O
especialista do Sebrae comentou que o cadastro positivo pode ser uma vantagem na
comprovação do histórico do pagamento do empresário individual. "A
implantação do cadastro positivo das empresas dentro de um ranking com
manutenção dos bancos, reduziria a burocracia", completou o especialista.
Ele
também chamou a atenção para a tática de se ter duas contas em bancos
diferentes, sendo um deles um banco público. "Além de não ficar refém de
um banco só, o empresário pode comparar a linha de financiamento para cada um e
escolher a mais vantajosa".
O
número de microempreendedores individuais aumentou 37% em outubro ante mesmo
mês do ano passado e chegou a 3,5 milhões. O avanço foi acompanhado pela
elevação da inadimplência e, segundo a Receita Federal, 52% dos MEIs estão com
tributos em atraso. No Estado de São Paulo são 54%. Entre as principais causas
está o desconhecimento do sistema por parte do Microempreendedor.
O
diretor superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, lembra que o empresário
que deixa de honrar os pagamentos do MEI perde os direitos previdenciários como
auxílio acidente, salário-família, pensão por morte e aposentadoria por idade.
"A
maior parte da tributação paga pelo MEI é INSS, ou seja, a previdência do
empreendedor. Trata-se de um seguro pessoal do empresário que ele pode utilizar
em caso de acidente ou doença", afirma Caetano. Ele também enfatiza que o
atraso dos pagamentos não contabiliza o tempo para a aposentadoria. "Quem
não paga precisa ter a consciência de que está perdendo um direito".
Como
boa parte da contribuição é para previdência, o pagamento do carnê independe do
faturamento da empresa. Ou seja, mesmo sem vender nenhum produto ou serviço o
empreendedor deve pagar normalmente o boleto do MEI.
Fonte:
DCI – SP
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