A
procura pelas ferramentas de compliance, que significa “estar de acordo com as
regras”, está crescendo no Brasil. Segundo empresas do setor, a alta será de,
em média, 25% neste ano na comparação com 2012. “A busca aumentou nos últimos
tempos porque as empresas querem estar em conformidade com leis e regulamentações
e porque querem atrair investimentos”, relata Luís Cabral, da KPMG.
Só
a equipe de investigação da PricewaterhouseCoopers Brasil (PwC) cresceu 33%
neste ano, segundo o sócio da empresa, Martin Whitehead. “Ao analisar isso você
pode entender o quanto nós crescemos.” A PwC, junto com KPMG, Ernst & Young
(EY) e Deloitte são conhecidas no mercado de compliance como as “Big Four” – as
quatro maiores empresas do setor.
O
compliance surgiu no mercado financeiro e começou a se popularizar logo após o
atentado de 11 de setembro e aos escândalos financeiros de Wall Street. A
ferramenta visa deixar a companhia em conformidade com as leis – sejam
nacionais ou internacionais – e criar regras internas de conduta visando
prevenir fraudes.
“O
serviço envolve analisar todos os riscos que pode trazer uma perda de licença,
um pagamento de multa ou uma mancha à reputação. Falo de questões tributárias,
ambientais, trabalhistas, trabalho de menor aprendiz, trabalho vinculado à
escravidão, questões vinculadas à fiscalização”, relata o diretor da área de
riscos de negócios da Deloitte, Gustavo Lucena.
A
chefe global de segurança empresarial da Braskem, Olga Pontes, resumiu bem a
ferramenta durante o Fórum Transparência e Competitividade da Fiep em novembro.
“É como se o responsável pelo compliance ficasse na cabeça do dono da empresa
falando para ele para tomar cuidado na hora de dar um passo.”
Como
é uma ferramenta ampla, é possível dividi-la em dois momentos: primeiro há um
fortalecimento da cultura anticorrupção dentro da empresa, o que envolve normas
de conduta interna e externa, e depois um trabalho de monitoramento e controle
das ações com o objetivo de não ferir alguma lei ou regra.
“Em
um primeiro momento nós implementamos um programa para que os funcionários
falem sobre a companhia. Com base nesse papo inicial, desenvolvemos um código
de conduta para ser seguido tanto em relações internas quanto externas”, conta
a coordenadora de ética e desempenho da Conformity, Brunna Batista.
Já
o serviço de monitoramento é parecido com uma delegacia focada em crimes
econômicos. “Nós monitoramos tudo, pois na hora da fraude o pessoal é muito
criativo. Há casos de clientes que têm caminhão de produtos que quando chega ao
destino já estão sem mercadoria”, relata o sócio da Ernst & Young (EY) de
Curitiba, Ivan Siqueira.
Fonte:
Gazeta do Povo - PR
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