Com
simples atitudes, é possível elevar as chances de ganhas um aumento de salário
no fim do mês. Na opinião de especialistas em carreiras, performance,
conhecimento do negócio e sensibilidade são fatores essenciais no momento da
negociação.
Conhecer
a política salarial das empresas é o primeiro passo, segundo o diretor de
estudos e desenvolvimento organizacional da ABRH Nacional, Rogério Leme. “Se a
organização tem um método de avaliação de desempenho, ele indica os
funcionários mais eficientes, e são esses que terão mais chances de debater com
os chefes.”
Além
das avaliações formais, o bom rendimento na rotina é outro sinal de que o funcionário
possa merecer mais. É o que defende a diretora da Career Center, Ana Leticia
Lucca: “O funcionário deve mostrar ao seu chefe os dados, documentos e números
completos da evolução na produtividade, tudo o que possa comprovar o quanto
aumentou e economizou para a empresa”.
Ela
também alerta que é importante perceber o momento mais adequado para discutir
com a chefia. Caso a empresa não estiver passando por um bom momento
financeiro, o profissional deve aguardar para fazer sua demanda. Mas, se ela
estiver em um cenário positivo, o profissional tem maior flexibilidade.
“A
sensibilidade é requisito básico. Às vezes tem de prestar atenção até no humor
do chefe. Se não for um bom dia, guarde os argumentos. O melhor é ir com
resultados observáveis para que o gestor não consiga argumentar contra”,
completa a coordenadora do Centro de Carreiras da Pós-Graduação da Escola
Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Adriana Gomes.
Sutileza
e jogo de cintura são essenciais no momento da abordagem – o funcionário
precisa ter cuidado para não se impor ao chefe. Segundo Ana Leticia, o respeito
pela hierarquia é fundamental: “O gestor não pode sentir que está sendo coagido
a dar aumento por qualquer motivo”.
Outro
erro comum é pensar que tempo de casa possa ser uma garantia para reajustes
salariais. Ana Leticia lembra que muitos profissionais se acomodam e, ao invés
de aumento, podem até ser desligados, como quando passam a receber uma
remuneração não condizente com o mercado ou quando deixam de agregar valor para
a instituição. Assim, nada é garantia de que a resposta será positiva.
Uma
sugestão interessante é pedir um feedback para o gestor no momento em que a
empresa apresentar estabilidade. “O ideal é que chefe e empregado construam
juntos um plano individual para verem o que é preciso melhorar, quais são as
metas”, comenta Ana Leticia.
Jogo limpo
A
relação de transparência também é primordial para que o pedido do empregado
seja levado em consideração, na visão de Adriana Gomes. “Acende uma luz amarela
no gestor, do tipo ‘preciso fazer alguma coisa senão vou perdê-lo’. Quanto mais
transparente for essa relação de trabalho, melhor para todos”.
Ricardo
Leme alerta que o acréscimo salarial pode não vir devido a um problema
específico do profissional: “Se isso ocorrer, por uma falha técnica ou por
comportamento, o funcionário deve perguntar quais as orientações para tentar
alterar o cenário”, complementa o diretor de estudos e desenvolvimento
organizacional da ABRH Nacional.
A
reflexão inicial, para preparar o pedido de aumento, deve ser refeita se a
resposta for negativa. “Se a pessoa se sentir desvalorizada, é a hora para
procurar outro lugar, sempre se atentando ao mercado. Às vezes ela é muito boa
só naquele emprego, e isso diminui a sua empregabilidade fora dessa empresa”,
diz Adriana Gomes.
Fonte:
O Estado de S. Paulo
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