A
presidente reeleita Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira que novas medidas
econômicas serão tomadas a partir de novembro, depois de um amplo diálogo com
setores produtivos e financeiros, e que o novo ministro da Fazenda será
anunciado no momento adequado.
“Eu
pretendo colocar de forma clara as medidas que vou tomar, agora, não é hoje”,
disse Dilma durante entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo. “Antes do final
do ano (eu vou anunciar as medidas). Eu vou fazer isso nesse mês que inicia na
próxima semana”, acrescentou.
Em
outra entrevista, também nesta segunda-feira, ao Jornal da Record, Dilma disse
que pretende fazer um amplo diálogo sobre as medidas a serem adotadas para
fazer a economia voltar a crescer.
“As
medidas vão ser... objeto de um amplo diálogo, de ima discussão com todos os
setores. Não se trata aqui de fazer uma lista de medidas... não acho que é esse
o caminho correto”, disse Dilma ao ser instada a dar detalhes durante a
entrevista ao Jornal da Record.
A
petista disse que seu segundo mandato será marcado pelo “diálogo”. A falta de
interlocução com vários setores econômicos e financeiros é uma das principais
críticas ao seu atual governo.
Questionada
sobre quem será o futuro ministro da Fazenda, já que durante a campanha
anunciou que Guido Mantega, titular da pasta, não continuaria no segundo
mandato, a presidente afirmou que não anunciaria o futuro comandante da
política econômica nesta segunda-feira.
“Eu
não vou discutir só um ministro, eu vou discutir o meu ministério (de forma
geral)”, disse ao Jornal da Record. “Não tente especular, porque não direi como
farei”, avisou a petista.
Questionada
sobre as especulações de que o presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, poderia
ser nomeado ministro da Fazenda, num gesto de Dilma para refazer as pontes com
o mercado financeiro, a presidente voltou a despistar.
“Você
está lançando um nome?”, questionou a presidente.
“Eu
gosto muito do Trabuco, agora, me desculpa, mas não acho que seja o momento e
nem a hora para discutir nomes do próximo governo”, argumentou Dilma. “Eu
entendo que a imprensa tenha essa curiosidade, mas está cedo.”
Dilma
deve priorizar as mudanças no comando da área econômica nas próximas semanas,
mas, segundo aliados, ela não fará nenhum anúncio nesta semana.
Corrupção e Plebiscito
Dilma
voltou a dizer que deseja que todas as denúncias de corrupção sobre o suposto
esquema de corrupção na Petrobras sejam investigadas e que não acredita que
essas investigações possam criar instabilidades políticas graves no seu segundo
mandato.
“Eu
não acredito num terceiro turno, porque quem tentar um terceiro turno está
fazendo um desserviço ao Brasil”, disse Dilma ao Jornal da Record.
“No
que se refere ao escândalo da Petrobras... eu vou repetir o que eu disse
durante toda essa campanha: eu vou investigar, vou me empenhar, doa a quem
doer, não vai ficar pedra sobre pedra”, afirmou a presidente.
Ao
Jornal Nacional, Dilma condenou as especulações e ilações sobre o caso.
“Eu
vou fazer questão que a sociedade brasileira saiba de tudo, eu não concordo que
isso leva à crise, acho que o que leva à crise no Brasil são as suposições, as
ilações e as insinuações”, disse.
Segundo
denúncias do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, um suposto esquema
de sobrepreços de contratos da estatal serviria para alimentar partidos e
políticos da base de sustentação do governo.
Costa
tem prestado depoimentos no âmbito de um acordo de delação premiada com o
Ministério Público. Além dele, o doleiro Alberto Youssef, que faria parte do
esquema, também está tentando fazer um acordo semelhante.
Dilma
voltou a defender também, como fez durante a campanha eleitoral e no discurso
da vitória, a realização de uma reforma política por meio de um plebiscito
popular.
Segundo
a petista, apesar da proposta apresentada por ela ter sido rejeitada pelo
Congresso no ano passado, há agora uma maior possibilidade de ir adiante porque
há uma conscientização dos parlamentares e maior apelo popular por um
plebiscito.
“Eu
acredito que o Congresso vai ter sensibilidade de perceber que essa é onda que
avança”, argumentou Dilma.
Fonte:
O Estado de S. Paulo
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