É
unanimidade entre os empreendedores: a carga tributária brasileira é pesada
demais e dificulta manter uma pequena empresa no Brasil. É fato que o país tem
impostos entre os mais altos do mundo, mas ter uma empresa de sucesso é possível.
Muitas
vezes, os empresários pagam impostos sem entender os números e problemas de
finanças e gestão atrapalham o lucro. A falta de informação é um dos principais
problemas atualmente. “Muitos pagam imposto, mas não sabem o que estão
pagando”, diz Sandra Fiorentini, consultora do Sebrae-SP.
No
comércio, em especial, os problemas costumam começar na precificação do
produto. “Muitas vezes, ele não inclui no preço de venda o valor necessário
para poder recolher os impostos”, diz Silvio Passarelli, diretor da Faculdade
de Administração da FAAP. Veja estes e outros erros comuns dos comerciantes na
hora de pagar impostos.
1. Falta de informação
Ainda
por desconhecimento, muitos empresários pagam impostos errados. Isso pode
trazer prejuízos e problemas até irreversíveis para a empresa. “O contador
passa a informação, mas eles não sabem o que tem que pagar, por que ou qual a
melhor forma. Às vezes, reclamam que pagam muito imposto, mas não sabem nem se
está certo ou errado”, alerta Sandra. A conversa com o contador deve ser mais
aprofundada para entender se a tributação está correta.
2. Precificação
No
comércio, o problema da precificação é evidente. O empresário, na hora de
calcular o preço do produto, não sabe exatamente quanto imposto paga e só
precifica conforme o custo de produção. A conta, obviamente, não fecha. “Ele
desconhece como colocar impostos na formação de preço de venda, e isso tem que
estar incluso”, diz Sandra.
Passarelli
ressalta que quando a precificação é feita com base nos preços de mercado o
erro pode ser ainda maior e os empresários devem avaliar se vale a pena
concorrer com grandes concorrentes em preço.
3. “Jeitinho”
Ainda
hoje, alguns empresários acreditam no “jeitinho” e deixam de pagar impostos.
“Antigamente, o sistema de arrecadação era muito falho. Hoje, se você não
pagar, no mês seguinte já vem um aviso com multa. Não pagar impostos é o inicio
do fim”, diz o professor.
Sandra
lembra que existem obrigações acessórias que devem ser levadas a sério.
“Impostos não vão caducar e quando não sobra dinheiro para pagar imposto é um
alerta”, diz a consultora.
4. Escolha do regime tributário
O
Simples Nacional, que reúne oito impostos em uma taxa, é uma das opções mais
vantajosas para pequenas empresas. Mas não deve ser uma escolha automática. “Na
hora de escolher a tributação, entenda quem vai ser seu cliente. Se for o
consumidor final, talvez a melhor a opção tributária seja o simples. Mas, se
foram grandes redes, que não são optantes do simples, é preciso avaliar”, diz
Sandra.
Segundo
ela, vender para empresas que não são optantes do regime simplificado não gera
crédito tributário e pode dificultar o negócio.
5. O ICMS
O
ICMS, Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação, é o principal imposto que gera dúvidas nos empreendedores do
comércio.
Segundo
Sandra, o problema está na guerra fiscal entre os estados. “O ICMS é devido ao
estado de origem do produto. Às vezes, por desconhecimento, o empresário compra
fora do seu estado achando que está mais barato, mas não calcula que tem que
pagar o diferencial de alíquota e sai mais caro”, explica. Antes de fechar uma
compra, cheque a alíquota do estado e a diferença que deve ser paga quando ele
chegar ao destino.
Fonte:
Exame
Nenhum comentário:
Postar um comentário