O
ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem, que o governo ainda não
decidiu se tornará permanente a desoneração da folha de pagamentos das
empresas. A mudança tributária, que transformou a contribuição patronal ao INSS
em uma alíquota única sobre o faturamento das empresas, vale até 31 de dezembro
deste ano.
"Estamos
analisando. Há pedidos dos setores, mas não há uma decisão em relação à
desoneração da folha de pagamentos para o futuro. Até 2014, está valendo",
disse ao chegar ao Ministério da Fazenda. Hoje, haverá um evento no Palácio do
Planalto com empresários. Há uma expectativa de que a presidente Dilma Rousseff
anuncie a mudança na tributação das empresas de forma definitiva.
Mantega
disse ainda que o cenário para a inflação é positivo. Segundo ele, o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), divulgado ontem, mostra
que a inflação está caindo "firmemente" e vai continuar caindo nos
próximos meses. O indicador subiu 0,58% em maio, após avançar 0,78% em abril.
"A inflação já arrefeceu. Vários preços caíram e, portanto, estamos no
caminho certo", analisou.
Ao
ser questionado sobre de que forma se pode reduzir o IPCA, que em 12 meses
ainda está em 6,31%, Mantega apenas repetiu que a inflação já está caindo.
"O que nós já fizemos está tendo efeitos. Estamos com taxas de juros
elevadas. Estamos procurando aumentar a oferta de alimentos e tem o fator
sazonal. Então nos meses de maio e junho, a inflação vai continuar
caindo", completou. O ministro comentou que a "safra boa" de
etanol, que está entrando no mercado, também vai baixar o preço do combustível.
"Então o cenário é positivo em termos de inflação", afirmou.
Já
o diretor de Administração do Banco Central (BC), Altamir Lopes, não comentou o
resultado do IPCA-15. "Eu não vi os números", afirmou, após
participar de reunião fechada na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.
A
desaceleração do grupo Serviços em maio, que foi um pouco mais da metade da
taxa de abril, no âmbito do IPCA-15, indica que a atividade enfraquecida começa
a se refletir na inflação. A avaliação é do economista-chefe da Mauá Sekular
Investimentos, Alessandro del Drago. "Uma hora tinha de começar a bater.
Vimos a pesquisa mensal do IBGE", avaliou, ao referir-se ao levantamento
do instituto de pesquisa, divulgado na terça-feira passada, segundo o qual a
receita nominal de Serviços avançou 6,8% em março em relação ao mesmo mês do
ano passado, sendo o pior resultado desde agosto de 2013. Conforme a
instituição, a inflação de serviços passou de 0,54% em abril para 0,24% em
maio.
Fonte:
DCI – SP
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