Está
prevista para esta quarta-feira (7) a votação do projeto que altera o
Supersimples (PLP 221/12). A proposta foi discutida pelo Plenário da Câmara
nesta terça-feira, mas o relator, deputado Cláudio Puty (PT-PA), pediu o
adiamento da votação porque o texto final ainda não foi fechado. Segundo ele,
foram apresentadas cerca de 20 emendas que ainda precisam ser analisadas.
O
principal ponto do texto de Puty é ampliação dos setores beneficiados com o
Supersimples, incluindo diversas atividades do setor de serviços. As empresas
incluídas serão tributadas de acordo com uma tabela intermediária e pagarão
impostos maiores do que os cobrados das micro e pequenas empresas que atuam no
comércio, mas menores do que o valor cobrado das pequenas empresas de
construção de imóveis e serviços de vigilância.
A
tabela, no entanto, não tem concordância de alguns deputados. O próprio relator
admite que a norma para as novas empresas não é a ideal, mas a possível. O
presidente da comissão especial que analisou a proposta, deputado Armando
Vergílio (SD-GO), lamentou as mudanças feitas por Puty em relação ao texto
aprovado pela comissão.
Vergílio
disse que houve vários retrocessos e pediu que o relator altere a tabela em que
serão incluídas as empresas de serviços, que agora passarão a ter acesso ao
Supersimples.
Para
o deputado, a tabela vai aumentar a tributação de alguns setores. "Essa
tabela aumenta a carga para diversas categorias. É claro que o Simples é uma
opção, mas temos de fazer a crítica sobre essa tabela e pedir que o relator
diminua em 20% essa tabela de acordo com emenda que apresentamos", disse
Vergílio.
Benefício às empresas
O
presidente da Frente Parlamentar em Defesa das Micro e Pequenas Empresas,
deputado Pedro Eugênio (PT-PE), defendeu a proposta. Segundo ele, as empresas
têm muito o que comemorar. O deputado afirmou que, ao acabar com a substituição
tributária de alguns setores, a proposta vai ampliar o caixa de empresas que
hoje têm de pagar antecipadamente o ICMS. "Dezenas de atividades são
excluídas desse regime e serão retiradas da lista negra", disse.
O
deputado Otavio Leite (PSDB-RJ), no entanto, disse que a proposta poderia ter
incluído outros dispositivos, como autorizar as micro e pequenas empresas a
abrir o capital – participando da bolsa de valores ou recebendo investimento de
empresas de capital aberto. "Por que não permitir que elas acessem o
mercado de capitais?", questionou.
A
discussão foi acompanhada pelo ministro da Secretaria da Micro e Pequena
Empresa, Guilherme Afif Domingos. Ele destacou que a proposta vai
desburocratizar a vida do pequeno empresário. "Há um avanço no processo de
fechamento e abertura da empresa, estamos instituindo o cadastro único das
empresas – hoje ela tem de ter cadastro federal, municipal, estadual, no meio
ambiente, no corpo de bombeiros e, agora, vai ter um número só: o CNPJ",
disse.
Fonte:
Fenacon
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