Embora
o Brasil esteja em plena adaptação da vigência do eSocial, que passou a ser
implementado em janeiro, 39% das empresas contábeis do País sequer começaram a
desenvolver estudos e estratégias para se adaptar à nova e complexa realidade
que se avizinha – a total integração do envio das informações trabalhistas e
previdenciárias ao governo federal. Outro dado mostra que 36% dos entrevistados
ainda não promoveram qualquer mudança de rumo.
Preocupantes,
estes dados fazem parte da pesquisa inédita O impacto do eSocial nas empresas
contábeis, promovida pela Wolters Kluwer Prosoft, multinacional provedora de
softwares fiscais, contábeis e de recursos humanos. Aplicado entre os dias 25
de novembro e 2 de dezembro de 2013, o levantamento reúne 1.416 entrevistas
online, colhidas com 1.310 escritórios de contabilidade e 106 departamentos
contábeis-financeiros de empresas estabelecidas em 370 cidades.
Por
outro lado, boa parcela das empresas contábeis está levando o problema bem mais
a sério. Segundo o levantamento, 45% admitiram já investir na capacitação de
seus colaboradores por meio de cursos e treinamentos. Entre os 10% que
decidiram contratar mais mão de obra para dar conta do aumento da demanda, um
quinto (20%) disse que pretende incrementar seus quadros com algo entre um e
três novos funcionários.
Mesmo
assim, a metade dos entrevistados ressaltou que não vê necessidade de contratar
mais profissionais. Outros 29% também informaram que não elevarão o número de
colaboradores, pois realocarão recursos internos, afinal a falta de mão de obra
capacitada é um problema para 8% dos 1.416 entrevistados. Atualmente, 35% deste
montante total têm entre um e cinco colaboradores, enquanto 24% se encaixam na faixa
entre seis e dez funcionários.
O
investimento em tecnologia da informação também faz parte dos planos de apenas
8% dos participantes da pesquisa. A ideia dessa parcela é direcionar verbas
para a aquisição de banda larga, computadores e servidores mais potentes,
redes, backup e softwares. Atualmente, relata o estudo, quase um terço (30%)
dos entrevistados disse contar com uma a quatro máquinas no escritório,
enquanto 19% já possuem acima de 15 computadores.
Entre
reforçar o RH e robustecer a infraestrutura de atendimento, os escritórios
contábeis terão, inevitavelmente, de investir. O levantamento da Wolters Kluwer
Prosoft mostra certa coesão nas respostas. Se 45% admitiram não ter planos de
promover investimentos adicionais, 46% pretendem desembolsar até R$ 10 mil e 7%
preveem alocar entre R$ 10 mil e R$ 50 mil para se adaptar ao eSocial.
Entretanto, somente 6% estão, na prática, investindo muito mais horas para
atender à demanda.
A
abrangência da pesquisa vai ainda mais longe, ao mensurar quais as principais
dificuldades que o escritório contábil está enfrentando para se adaptar ao
eSocial, que é um subprojeto do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped).
Para 25%, o projeto ainda desperta muitas dúvidas, o que tem dificultado em
muito a adaptação. Outros 21% acreditam que a gama de informações a ser gerada
e passada ao governo será muito elevada e complexa.
Em
função de todas as mudanças exigidas, pode ser que haja majoração dos
honorários, embora 74% dos entrevistados ainda não tenham uma opinião formada
sobre este cenário futuro. Contudo, 8% já bateram o martelo – os clientes terão
de absorver os novos custos. Entre os que acham inevitável este encarecimento
dos serviços prestados, 12% anteveem um aumento de até 20% nos honorários.
Mesmo
que 41% dos 1.416 participantes ainda não tenham formado opinião acerca dos
reais benefícios trazidos aos negócios pelo eSocial, é certo que o restante crê
em transformações positivas. Para 32%, haverá mais transparência e segurança na
transmissão das informações dos empregados. Além disso, 13% esperam o fim de
diversas outras obrigações acessórias, como prevê este subprojeto do Sped.
Os
demais entrevistados dividiram suas expectativas na maior rapidez dos processos
que envolvam a Previdência e o Ministério do Trabalho (9%); na diminuição, com
o tempo, dos gastos para atender à burocracia fiscal e para reduzir a carga
tributária das empresas (3%); e na queda dos riscos de ações trabalhistas (1%).
Jornal
do Comércio - RS
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