Se
gerir as próprias finanças é uma tarefa que exige disciplina, imagine para o
pequeno empresário que precisa lidar, ao mesmo tempo, com suas contas e com as
da empresa. Confundir o dinheiro do negócio com o do bolso pode ser fatal para
quem está iniciando no segmento. Na visão dos economistas, a prática, além de
acomodar o empresário, pode estabelecer prazo de vida para o empreendimento.
Sabe-se que não é fácil erguer uma empresa sob gerência própria, no entanto, o
negociante que almeja crescer e tirar o sustento da família sendo patrão
precisa ficar atento: sem conhecimento de causa não há como se manter em um
mercado tão competitivo.
Há
14 anos à frente de uma lanchonete no Bairro do Recife, uma comerciante, que
preferiu não se identificar, disse que já houve momentos em que precisou tirar
dinheiro do próprio bolso para manter o espaço. “Fiquei no zero. Na época, meu
marido teve que desembolsar R$ 12 mil para compras extras. Se não fosse isso,
talvez não estivesse aqui”, relatou. A situação da microempreendedora perdurou
por 12 meses. Além de se responsabilizar pelo caixa, ela revelou fazer um pouco
de tudo para se manter no local. “Lavo os pratos, organizo e faço a
contabilidade com minha filha. Se não fizesse isso, o gasto com manutenção
seria ainda maior”, justificou. Sobre o lucro, a negociante explicou que ele
corresponde às expectativas do ramo. Finalizada a conta entre as despesas e as
receitas, ela contou que o proveito líquido é destinado para investimentos
próprios.
O
analista de orientação empresarial do Sebrae, Luiz Nogueira, afirmou que uma
loja precisa ter uma reserva para se renovar. “Uma prática comum é guardar o
lucro líquido. Em alguns casos, o empresário usa um terço para reinvestir no
negócio, um terço para reserva própria e o restante para uso de cunho pessoal.
Este é o ideal, e não usar o montante adquirido desordenadamente”, orientou.
Já
para o professor de economia do Cedepe Business School, Gustavo Leandro, a
confusão com as finanças nasce da dificuldade que os empreendedores têm de
conseguir crédito no mercado. “Os três primeiros anos são o período mais
complicado para se manter e, muitas vezes, ele tira o dinheiro do bolso para
aplicar no negócio e o dinheiro da empresa para pagar as contas geradas por
ela. É meio que inevitável.”
LIÇÃO
- Os microempreendedores não podem confundir faturamento com lucro. Além disso,
é preciso se preocupar com o percentual da inadimplência. Orientações são do
professor de economia do Cedepe Business School, Gustavo Leandro.
Fonte:
Folha de Pernambuco
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