A
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, ontem, em votação
simbólica, um projeto que trata da substituição tributária para os optantes do
Simples Nacional. Os senadores concordaram com o parecer apresentado pelo
relator na comissão, Armando Monteiro Neto (PTB-PE), que diminui a lista de
produtos sujeitos ao regime especial de tributação. A matéria seguirá agora
para o plenário. Se for aprovado, o texto segue para apreciação dos deputados
federais.
A
substituição tributária foi criada para simplificar a cobrança de tributos de
setores que têm como característica produção concentrada e venda pulverizada,
como bebida, cigarro e pneus. Contudo, segundo o relator, “lamentavelmente”,
quase todos os estados alargaram para as micro e pequenas empresas esse regime
de tributação, inclusive aquelas que estão no Simples Nacional. Na prática,
isso levou a um aumento da carga tributária delas.
O
tema tem merecido especial atenção do Palácio do Planalto. Na semana passada,
num evento em Brasília sobre empreendedores, a presidente Dilma Rousseff falou
sobre o assunto. O ministro da Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa,
Guilherme Afif Domingos, é favorável à mudança nesta forma de tributação.
O
relator estima que, se a proposta virar lei, 1 milhão de micro e pequenas
empresas serão beneficiadas, porque serão retiradas desse regime de
recolhimento de impostos. Ele disse, conforme estudo feito pela Consultoria
Legislativa do Senado, que a mudança vai derrubar de 1,15 milhão as empresas
alcançadas desse porte pela substituição tributária para apenas 155 mil. “É um
grande alívio para esse universo das micro e pequenas empresas”, destacou.
No
último parecer apresentado, o relator acatou parcialmente emendas apresentadas
pelos senadores petistas Eduardo Suplicy (SP) e Gleisi Hoffmann (PR). Ele
reduziu para cerca de 40 o cardápio de operações sujeitas ao regime, como o
setor de bebidas, óleos vegetais, farinha de trigo, açúcar, veículos
automotivos, produtos farmoquímicos, eletroeletrônico e eletrodomésticos,
adubos e PVC. A lista só pode ser aumentada, se for aprovada lei específica.
Outra
mudança aceita no parecer foi reduzir os mecanismos para diminuir a burocracia
para as empresas. Uma das sugestões é criar um aplicativo que fará os cálculos
para incluir as empresas no regime especial de tributação.
Monteiro
disse que ainda não há um acordo para votação do projeto em plenário. Porém,
acredita que há chances de a proposta ir à votação este ano. “Por ser ano eleitoral,
a matéria se inscreve, a meu ver, numa agenda positiva do Congresso por ajudar
toda uma legião de empreendedores”, disse. “O Congresso tem que ter
protagonismo nessas questões”, completou.
Fonte:
Jornal do Comércio – RS
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