Com
83 milhões de usuários, o Brasil é hoje o terceiro maior mercado do Facebook no
mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia. Mais que números
expressivos, o país vem se consolidando nos últimos anos como uma das pontas de
lança para novos modelos de negócios da companhia de Mark Zuckerberg. Foi
assim, há um ano, com o lançamento dos primeiros formatos de anúncios para os
celulares básicos, os chamados “feature phones”. Agora, o mercado brasileiro
está de novo no centro de uma das estratégias mais recentes da rede social: a
oferta de publicidade para as pequenas e médias empresas (PMEs).
“Hoje,
já temos 2 milhões de microempreendedores e PMEs brasileiras com páginas ativas
no Facebook”, diz Patrick Hruby, diretor de negócios para PMEs do Facebook na
América Latina. “Agora, nosso desafio é educar esse mercado. Nós acreditamos
que, a partir do momento que esse usuário começar a perceber o potencial de
geração de negócios dessa ferramenta, a evolução para o uso de formatos pagos
de publicidade será um caminho natural no país”, afirma o executivo.
Hruby
não revela o volume de PMES no Brasil que já investem em algum formato pago de
publicidade no Facebook. Globalmente, diz ele, pouco mais de 1 milhão de PMEs
adotam essa estratégia, dentro de um universo total de 25 milhões de páginas
ativas desse perfil de companhia na rede social.
Uma
das principais iniciativas do Facebook para começar a rentabilizar essa base de
usuários é uma parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae). A ideia é capacitar 1 milhão de empreendedores no país em
relação ao uso e ao potencial das ferramentas disponíveis na rede social. “Uma
pequena empresa, ao ingressar no ambiente virtual, depara-se com uma situação
mais isonômica do que a encontrada nas lojas físicas, uma vez que tanto ela
quanto a grande empresa competem de maneira mais equilibrada, com mais
condições de igualdade”, diz Luiz Barretto, presidente do Sebrae Nacional. “O
potencial é muito grande, mas acredito que hoje um número muito pequeno de
empreendedores já tenha estratégia para as redes sociais, até porque elas são
relativamente novas. Nossa intenção com a parceria é justamente iniciar esse
processo”, afirma.
Além
de eventos nas principais capitais brasileiras, a parceria prevê lançar em maio
um curso online gratuito, que estará disponível tanto no Facebook como na
página do Sebrae. Com a adoção de elementos e mecanismos de jogos eletrônicos —
uma tendência conhecida no mercado como “gamification” —, a plataforma de
ensino à distância está sendo desenvolvida por uma equipe brasileira. A cada
etapa concluída, o usuário receberá créditos para serem usados em anúncios no
Facebook.
“O
Brasil é o primeiro país a ter esse modelo de parceria. É difícil escalar essa
questão da educação, especialmente em um universo tão grande e pulverizado de
usuários. O acordo com o Sebrae vai ampliar nosso alcance e capilaridade”, diz
Hruby. “Depois de testar esse modelo no Brasil, a ideia é expandir o formato
para o mercado hispânico e outras operações do Facebook”, acrescenta.
Parte
da relevância das PMEs no escritório brasileiro do Facebook está expressa no
time dedicado a essa vertente. Em menos de um ano, essa equipe cresceu de 4
pessoas para 30 colaboradores. “É a área que mais cresce na operação brasileira
e vamos continuar expandindo esse time”, diz Hruby.
O
executivo acrescenta que a intenção é ampliar o leque de serviços voltado a
esse público, especialmente para orientar e sanar eventuais dúvidas dos
empreendedores. Nessa direção, uma das ações é a criação de uma comunidade que
reúne pequenos empresários. “Vamos monitorar essa rede, mas queremos que eles
interajam uns com os outros. Para crescer, nosso melhor porta-voz será o
próprio empreendedor”, afirma.
Fonte:
Brasil Econômico
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