O
número de empreendimentos abertos no Brasil saltou de 136,3 mil em fevereiro de
2013 para 158 mil no mesmo mês de 2014, uma variação de 15,9%, segundo o
Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas divulgado ontem. A
formalização de microempreendedores individuais (MEIs) impulsionou o resultado,
aliada à maior quantidade de dias úteis no mês, já que o Carnaval foi em março
neste ano.
No
entanto, houve retração na criação de empreendimentos de outras naturezas
jurídicas, o que aponta para uma conjuntura econômica menos atrativa para o
lançamento de negócios em 2014. Os MEIs passaram de 92,7 mil no mês de 2013
para 113 mil em fevereiro deste ano, ou 21,8% a mais. Houve queda de 3,3% no
lançamento de empresas individuais (de 17,4 mil para 16,8 mil) e de 0,6% nas
sociedades limitadas (de 19,1 mil para 19 mil) entre os dois períodos.
O
economista Luiz Rabi, do Serasa, afirma que o indicador geral teve alta
expressiva, já que os dias úteis a mais deveriam representar no máximo 10% a
mais. "A lei do microempreendedor reduziu a burocracia fiscal e gerou
estímulo maior à formalização para quem trabalhava de maneira autônoma",
diz.
Com
o registro de autônomo, é possível ter acesso a crédito facilitado, vender
produtos ou serviços a órgãos públicos e dar início à aposentadoria, explica o
delegado em Londrina do Conselho Regional de Economia, Laércio Rodrigues de
Oliveira. Ele lembra, porém, que a pesquisa não informa o número de empresas
fechadas no período, que tende a ser maioria também entre as pequenas.
"Como a tributação no Brasil é muito alta, muita gente abre empresa, acaba
engolida pelos custos e fecha", conta.
Rabi
cita que a formalização dos MEIs não gera novos empregos, o que não impacta em
ampliação produtiva do País. "Apenas melhora a vida dessas pessoas, que
passam a ter acesso a crédito de melhor qualidade, por exemplo", afirma. O
resultado, para ele, é que os dados do mercado de trabalho não serão tão favoráveis
em relação a novas vagas ou serão equivalentes aos de 2013.
Quando
descartados os indicadores dos MEIs, o economista do Serasa vê um cenário de
conjuntura econômica desfavorável. "O ambiente brasileiro, com o baixo
crescimento (do Produto Interno Bruto), não é favorável à abertura de novas
empresas."
O
Serasa divulgou apenas o resultado do nascimento de empresas por setor de
janeiro. A participação de serviços cresceu de 53,6% no primeiro mês de 2010
para 59,9% em 2014, enquanto houve quedas de 34,6% para 30,6% no comércio e de
8,8% para 8% na indústria. "O MEI é formado principalmente por prestadores
de serviços", diz o delegado do Corecon.
Ainda
conforme o levantamento da empresa de análise de crédito, houve aumento em
fevereiro de 2014 sobre o mesmo mês de 2013 de 19,6% na criação de empresas da
região Sudeste, de 16% na Nordeste, de 12,6% na Centro-Oeste, de 10,8% na Norte
e de 8,9% na Sul. Rabi explica que o órgão não faz análises regionais, mas que
Nordeste e Norte têm apresentado indicadores melhores do que outras regiões nos
últimos anos.
Fonte:
Folha de Londrina – PR
Nenhum comentário:
Postar um comentário