Em
nível mundial, 70% das empresas familiares não passam da segunda geração. Das
restantes, menos de 10% resiste à terceira. De acordo com o presidente da
Strategos Consultoria, Telmo Schoeler, problemas na sucessão são os principais
responsáveis pela alta taxa de falência dessa categoria.
No
Brasil, onde as empresas familiares representam 90% do total de companhias,
segundo pesquisa do Sebrae, a questão adquire grande importância no cenário
econômico e, para Schoeler, deve ser gerida profissionalmente. “Elas são ampla
maioria, sejam multinacionais ou pequenos negócios. Empregam e têm grande
participação no PIB. Mas, embora nasçam tendo como pressuposto a ideia de
sucessão de capital para seus herdeiros, a falta de interesse na gestão da
sucessão torna-se um entrave para sua sustentabilidade a longo prazo”, afirma.
Para
o consultor, o principal desafio a ser enfrentado é fazer com que os herdeiros
se vejam como sócios. “Primeiro, eles precisam ter interesse pessoal no
negócio. Em segundo lugar, é necessário que tenham perfil e busquem
qualificação”, destaca.
O
alerta de Schoeler é para que a capacitação do herdeiro seja feita sobre as
mesmas bases de qualquer empregado. Ou seja, devem ser avaliados os mesmo
requisitos exigidos na contratação de outros profissionais. “Também é
necessário separar propriedade e gestão. São fatores que requerem capacidades
diferentes. Uma coisa é ser dono, outra é ser executivo. Por isso, buscar
alternativas fora do núcleo familiar pode ser uma solução, mas é preciso montar
uma estrutura jurídica sólida para isso”, completa.
O
consultor falou sobre o assunto no Papo Amigo, evento promovido pela Associação
de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE). Para Schoeler, é imprescindível
adotar o que chama de visão holística das finanças: mercado, recursos, operação
e gestão devem ser pensados em interdependência. “Não adianta ter um mercado
promissor sem gestão ou recursos qualificados”, explicou. Na ocasião, também
chamou a atenção dos empresários para a necessidade de estarem preparados,
inclusive, para a possibilidade de saírem do mercado caso não vislumbrem a
possibilidade de uma transição promissora da propriedade e da administração.
“O
tema da sucessão familiar é recorrente entre nossos associados. O empresário
que passa por essa situação deve estar informado para preparar os envolvidos
com o futuro do seu negócio, uma vez que esse é notavelmente um dos principais
entraves para a sua continuidade no mercado”, destacou o presidente da ADCE,
Fernando Magalhães Coronel.
Fonte:
Jornal do Comércio – RS
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