As
empresas podem ser obrigadas, a partir de 4 de outubro, a discriminar as
incidências de tributos nas notas fiscais se a medida provisória 649 não for votada
pelos deputados até essa data.
Esse
temor foi reforçado na semana passada com a não votação da matéria por falta de
entendimento entre os parlamentares da comissão mista do Congresso Nacional que
analisa a MP.
Editada
pelo governo, a MP transfere a exigência para janeiro de 2015. Mas deverá
caducar, porque até o primeiro turno das eleições nenhuma matéria relevante
deverá ser votada.
Com
o apoio de entidades empresariais, o relator da matéria, deputado André Moura
(PSC-SE), elaborou parecer recomendando dois anos de fiscalização orientadora
antes de a obrigatoriedade começar a valer.
Em
seu parecer, ele propõe que esse prazo seja contado a partir da publicação,
pelo Executivo, de um regulamento que especifique a forma de calcular os
tributos que deverão constar na nota fiscal.
As
entidades do comércio temem que as empresas que ainda não discriminam os
impostos embutidos nos preços dos produtos em suas notas fiscais arquem com o
ônus das multas aplicadas desde junho de 2014 até os dias atuais.
A
assessora jurídica da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio
SP), Ana Paula Locoselli, afirmou ao DCI que a inclusão de outros assuntos no
parecer atrapalhou a celeridade da tramitação e assumiu o temor de que a
expiração da proposta prejudique os empresários.
"É
uma preocupação o momento político atual, que não dá chances de haver essa
votação. Se essa MP perder a validade a gente volta ao ponto original e muitos
empresários serão prejudicados", declarou.
Locoselli
afirmou ainda que o comércio pode ser prejudicado pela falta de clareza da lei
atual. "O que existe atualmente é muito confuso, vários estudiosos sobre o
tema não conseguiram entender ainda o que se pode colocar na nota fiscal e o
que não se pode. Enquanto houver dúvidas, a lei não poderá se aplicar de forma
justa. A gente espera que, de fato, exista uma outra saída ou que outra
proposta com o mesmo tema seja apresentada, caso contrário haverá inúmeras
perdas", afirmou.
Fonte:
DCI – SP
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