Misturar
as contas do carro pessoal, do supermercado ou da escola das crianças com as
despesas da empresa é uma prática comum nas pequenas e médias empresas. Mas,
segundo especialistas, este é um erro que pode ser fatal para par a
sobrevivência do negócio.
Maurício
Galhardo, especialista em finanças e sócio da Praxis Education, diz que, muitas
vezes, o problema começa por falta de instrução. “Quando precisa de dinheiro na
empresa, a pessoa recorre aos créditos pessoais e não sabe que pode ter
condições melhores na conta de pessoa jurídica”, diz Galhardo, que brinca que é
muito comum ver casos de “pessoa física milionária e pessoa jurídica falida”.
“O empreendedor perde o controle total quando sente que está deixando de pagar
as contas de casa e tira dinheiro da empresa, que tende a quebrar primeiro”,
explica.
Organização
é a palavra-chave para se dar bem nas finanças da empresa. “Seja extremamente
organizado. Esta é a melhor forma de separar você de sua empresa”, justifica
Reinaldo Messias, consultor do Sebrae/SP. Confira outras cinco dicas para
aprender a organizar finanças pessoais e empresariais.
1. Não leve despesas
domésticas para a empresa
Geralmente,
os pequenos empresários são engolidos pela rotina do negócio: controlar
estoque, coordenar vendas, pagar funcionários. Até que as atividades pessoais
começam a se misturar a esse cotidiano e ele paga a escola do filho ou o
supermercado com dinheiro da empresa.
Os
especialistas são taxativos: conta pessoal é pessoal. “Não pode mandar a
secretária da empresa ao banco pagar a escola dos filhos. Pague pela internet e
não use nenhum recurso da empresa para problemas pessoais”, ensina Ângela
Menezes, professora de finanças do Insper.
2. Tenha contas correntes
separadas
O
empresário muito bem organizado pode até ser capaz de separar as despesas
pessoais das contas da empresa utilizando uma mesma conta. “Não tem problema
misturar os valores, desde que se lance separado nas planilhas”, diz Galhardo.
Mas o ideal é ter contas correntes separadas para cada atividade. “Antigamente,
as pessoas falavam da CPMF como desculpa, mas ela já acabou e não precisa
misturar as contas”, diz.
3. Defina suas retiradas
Um
desafio comum à maioria dos pequenos empresários é saber quanto devem retirar
por mês. Se todo lucro vai parar no bolso do dono, a empresa fica sem
investimentos. O pro-labore deve ser o salário do empresário. “As pessoas
definem a retirada conforme a necessidade da pessoa física. Está errado. Tem
que definir conforme a função que ele exerce. Se você fosse contratar alguém
para a sua função, quanto pagaria?”, sugere Galhardo. Messias, do Sebrae/SP,
sugere que haja um planejamento das retiradas e caso precise de dinheiro extra,
pague no mês seguinte.
Outra
forma de retirada é através do lucro. “Essa antecipação de lucros pode ser
mensal ou semestral. Feche a planilha do período e planeje quanto vai ser
retirado e qual parte vai ser reinvestida na empresa”, explica.
4. Busque ajuda
A
primeira dica dos especialistas é começar a fazer um controle das finanças
imediatamente. “Sem informações, não há como saber onde está o problema”, diz
Galhardo. Se você não se sente seguro para fazer sozinho, contrate um
funcionário de confiança para isso ou invista em tecnologia. “Comprar um
software de gestão de fluxo de caixa, mesmo que barato, ajuda bastante a montar
as planilhas”, diz Ângela.
“Você
pode utilizar aplicativos em seu smartphone que possibilitam um controle eficaz
de seus gastos pessoais diários”, sugere Messias. Se quiser aprender a
controlar melhor os gastos, busque cursos de finanças e fluxo de caixa.
5. Conheça os produtos do
seu banco
A
falta de informação é um dos problemas das pequenas empresas. Por isso, muita
gente acaba usando o cartão de crédito da empresa para compras pessoais e
vice-versa. “Os bancos estão mais preparados para gerir contas de pessoa física
do que de pequenos empresários e alguns produtos ainda são deficitários”, opina
Galhardo. A sugestão é ter contas separadas e sentar com o gerente do banco
para conhecer como aproveitar melhor os produtos empresariais e pessoais sem
misturar as coisas.
Fonte:
Exame.com
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