A
maior formalização de microempresas vem puxando o total de negócios criados no
País. Indicadores revelam também que a geração de novas indústrias vem perdendo
força, seja pela maior complexidade em abrir empreendimentos no setor ou pelo
alto investimento que precisa ser empregado.
O
Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas, divulgado ontem, revelou
que, em julho deste ano, foram criados 170.952 novos empreendimentos no Brasil,
um aumento de 14,5% em relação ao mês anterior, quando 149.350 novas empresas
foram criadas.
Do
total de negócios gerados em julho, o segmento dos Microempreendedores
Individuais (MEI) foi o que registrou a maior criação no número de empresas,
com 123.069 novos negócios, contra 109.499 estabelecidos em junho. De acordo
com o indicador, os MEIs passaram de 44,5% do total de criação de novas
empresas, em 2010, para 72,3% nesse último levantamento.
O
economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, afirma que, cada vez mais, pessoas
que já tinham negócios estão optando pela formalização. "Em nossos
levantamentos, percebemos que pequenas confecções, serviços de manutenção,
pequenos comércios estão formalizando cada vez mais seus negócios.
Provavelmente, essas pessoas já estavam atuando em uma situação informal",
diz.
Rabi
afirma que a tendência de formalização de pequenos empreendedores deve se
manter nesse segundo semestre. "Desde 2011, vem crescendo a formalização
de pequenos negócios. E a tendência é que esse aumento continue esse ano",
diz Rabi.
"No
entanto, não é um movimento conjuntural, já que o Brasil vive um momento de
baixa atividade econômica. Trata-se de um movimento estrutural de formalização,
que se estende no longo prazo", complementa.
O
economista da Serasa Experian ressalta que, outro fator que contribuiu para o
crescimento dos MEIs em julho, foi a Copa do Mundo. "Como em junho começou
a Copa, os feriados e eventos dificultaram a abertura de empresas", afirma
Rabi.
Em
relação às outras categorias jurídicas, as Sociedades Limitadas ficaram em
segundo lugar, com a criação de 21.688 empresas. Já as Empresas Individuais
aumentaram em 17,5% a participação nesse mercado, com criação de 17.338 novos
negócios.
Ontem,
o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), divulgou também
outro indicador de nascimento de empresas, o Empresômetro, que não inclui os
MEIs.
O
levantamento mostrou que a criação de novos negócios na indústria teve queda de
20,3 % no primeiro semestre de 2014, em relação ao mesmo período do ano
passado.
O
presidente do Conselho Superior e coordenador de estudos do IBPT, Gilberto Luiz
do Amaral, afirma que a tendência é que a geração de novos negócios nessa área
é de recuo, por conta das incertezas em relação à conjuntura econômica do País
e ao período eleitoral. Além disso, Amaral afirma que o processo de abertura de
empreendimentos industriais é mais complexo. "O setor industrial leva mais
tempo entre a decisão de abertura de empresa e o estabelecimento da
mesma", explica o coordenador do IBPT.
Outro
ponto levantado por Amaral é que a abertura de indústria requer um investimento
maior do que os outros setores para. "O investimento para abrir uma
empresa no setor é muito grande. Ele começa muito antes da companhia começar a
operar", diz Amaral.
De
acordo com o IBPT, o comércio teve queda de criação de negócios em 16,4% e os
serviços de 10,6%. Por outro lado, o setor financeiro foi o único que
apresentou crescimento, de 2,8%.
Amaral
diz que, proporcionalmente, os serviços tiveram maior queda, influenciados pelo
recuo na criação de novas indústrias. E sinaliza que o setor deve apresentar
recuo no final de 2014, devido à desaceleração do consumo.
Fonte:
DCI – SP
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