O
governo quer que a unificação do ICMS seja tratada com prioridade antes da
reforma do PIS e Cofins. Por isso, trabalha para que o assunto volte a ser
discutido no Congresso Nacional imediatamente após as eleições.
Paralelamente,
a área técnica do governo avançou no novo desenho do modelo de reforma do PIS e
Cofins. Embora não haja ainda decisão se o projeto será enviado ao Congresso
até do final do ano, o Executivo tem acelerado a discussão do projeto
internamente. Mesmo que seja encaminhado até lá, a expectativa é que a mudança
seja aprovada em 2015, mas só entre em vigor em 2016. Seria um período de
transição para que as empresas se preparem para a mudança.
Segundo
uma fonte do governo, a área técnica construiu um modelo para o PIS e Cofins
que não causa grande perda de arrecadação, um dos temores que impediu o avanço
da proposta nos últimos anos. O modelo em estudo considera uma gestão eficiente
dos créditos do PIS e Cofins. Hoje, 50% dos créditos que as empresas compensam
são glosados pela Receita Federal, o que acaba levando a litígios nas esferas
administrativa do Fisco e na Justiça.
"São
dezenas de bilhões de créditos do PIS e da Cofins que estão sendo
questionados", disse uma fonte. Com a simplificação e a definição clara do
que pode ser gerado de créditos a ser compensado, se espera uma diminuição dos
litígios e, consequentemente, da arrecadação.
Já
a estratégia para o ICMS visa incluir dispositivo no projeto de lei
complementar que tramita no Senado Federal determinando que a convalidação dos
benefícios considerados ilegais só entrem em vigor depois da aprovação do
projeto em tramitação na Câmara dos Deputados que unifica o ICMS. A reforma
prevê a redução gradual das alíquotas interestaduais e a criação dos fundos que
irão compensar as perdas de arrecadação dos Estados com o fim da chamada guerra
fiscal e para o desenvolvimento regional.
Campanha
O
governo resolveu dar impulso extra aos dois projetos porque o tema da reforma
tributária ganhou destaque nos debates da eleição para a Presidência. Tanto o
candidato Tucano Aécio Neves (PSDB) como a candidata Marina Silva (PSB)
elegeram a reforma tributária como prioridade. A presidente Dilma quer dar uma
reposta mais rápida aos ataques da oposição e, se eleita, pretende dar
prioridade às mudanças.
No
início da semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, depois de reunião com
empresários, em São Paulo, informou que a pauta de redução de litígios
tributários e de reforma do ICMS e do PIS e Cofins será desenvolvida nos
próximos meses.
Fonte:
Jornal de Brasília
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