Fraudes
cometidas principalmente por empresas devem estar por trás da disparada dos
gastos com seguro-desemprego, admitiu ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega,
depois de reunir-se com os dirigentes das principais centrais sindicais para
discutir o assunto em São Paulo.
“Que
existe fraude, todos nós sabemos. E temos que coibir. Me parece que a
iniciativa é dos empregadores. Não acredito que seja iniciativa dos
trabalhadores”, disse Mantega.
Em
razão disso, o governo agora vai “investigar profundamente” as causas do
aumento das despesas com o seguro-desemprego e o abono salarial, que já somam
R$ 47 bilhões este ano, ou 1% do Produto Interno Bruto (PIB). “O
seguro-desemprego aumenta atipicamente no Brasil, um país com níveis de pleno
emprego”, disse o ministro.
Os
dados mais recentes de Desemprego e do desembolso com o seguro mostram o
desequilíbrio citado por Mantega.
De
acordo com os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
divulgados em outubro, a taxa de Desemprego ficou em 5,4% em setembro. Já
conforme o Ministério de Trabalho e Emprego,os pagamentos do seguro-desemprego
em outubro somaram R$ 2,6 bilhões, valor R$ 1 bilhão superior ao pago pelo
governo em setembro.
Um
novo encontro com as centrais sindicais foi marcado para a próxima
quinta-feira, quando os sindicalistas trarão uma proposta conjunta para reduzir
os gastos.
Segundo
o ministro, é preciso investigar se há excesso de rotatividade e se existem
fraudes de empresários, que estariam demitindo mas mantendo os empregados no
quadro de trabalhadores informalmente.
“Queremos
saber se a elevação (dos gastos com os benefícios) estão sendo em favor dos
trabalhadores, ou se, por trás disso, tem aumento da rotatividade e problemas
com fraudes que podem estar sendo cometidas por empresas que demitem para pagar
por fora - reforçou o ministro, emendando que “não há nenhuma intenção do
governo em reduzir os benefícios dos trabalhadores”.
O
presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, disse que
no próximo encontro as centrais não querem discutir apenas o seguro-desemprego,
mas também outros temas como a revisão da tabela do Imposto de renda (IR). “Não
vamos discutir somente essas questões pontuais. Queremos discutir a situação do
trabalhador”, disse Freitas.
Fonte:
Gazeta OnLine
Nenhum comentário:
Postar um comentário